Agentes dizem que trabalham de graça e não querem continuar a suportar a "vergonha do futebol".
O maior sindicato representativo dos polícias quer que sejam os clubes a pagarem o policiamento das claques e toda a operação de segurança montada à volta dos estádios em dias de jogos.
Depois dos confrontos do fim de semana, entre eles uma agressão de um policia a um adepto perto do Estádio da Luz, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) escreveu ao Ministério da Administração Interna (MAI) e aos grupos parlamentares na Assembleia da República.
Os polícias exigem mudanças urgentes e dão um prazo até ao início do novo campeonato, sob pena de avançarem com protestos, afirmando que estão fartos de trabalhar de graça para os clubes e sociedades anónimas desportivas.
O presidente da ASPP explica à TSF que apenas os agentes que estão dentro dos estádios recebem um extra dos clubes. A maioria, que estão lá fora, são tirados de outras funções ou estão com muita frequência de folga e não recebem nada pelo trabalho.
Paulo Rodrigues diz que esta situação arrasta-se há anos e é "inaceitável pois estamos perante um negócio de milhões de euros que não tem de ser o Estado e os polícias a suportarem".
Em alguns comandos, os polícias recebem folgas de compensação se forem a um jogo em dia de descanso, mas com frequência nem isso acontece, com o representante dos agentes a sublinhar que este não é um trabalho nada fácil: quase sempre há agentes alvo de ameaças, insultos e agressões, por vezes com "mazelas irreparáveis", pelo que a ASPP admite que seja normal que às vezes as coisas não corram bem.
Paulo Rodrigues acusa ainda os dirigentes do futebol de muitas vezes incentivarem os confrontos e o governo de não fazer nada para acabar com estes "favores a sociedades anónimas desportivas pois os clubes são, no fundo, negócios".
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia garante que vai continuar a insistir para que as autoridades atuem, finalmente, para acabar com aquilo que diz ser a "vergonha do futebol".
Se nada mudar até ao início do próximo campeonato, os polícias prometem protestos contra
a forma como é feita a segurança nos jogos de futebol, exigindo não apenas que os clubes paguem pelo trabalho, mas também que sejam travados de entrar nos estádios os adeptos que recorrentemente provocam confusão.
Fonte: Nuno Guedes TSF
Foto: José Carmo/Global Imagens
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