sábado, 20 de janeiro de 2018

Comunicado: ANBP Condena Utilização Abusiva do Termo “Sapadores” na Designação de Projecto do Governo

A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais lamenta a designação de “cabras sapadoras” dada pela Secretaria de Estado das Florestas ao projecto que visa a utilização a de cabras na gestão de combustíveis nos matos e nas florestas. A ANBP considera abusiva a utilização do termo “sapadores”, uma vez que o mesmo reporta a uma classe profissional que conta com mais de 600 anos de história em Portugal e que merece o respeito de todos e sobretudo dos órgãos de soberania.
Não contestando a importância do projecto, consideramos a designação infeliz e desrespeitosa para com uma classe que este ano foi tão sacrificada na defesa do seu país. Nunca na história, nem no tempo em que o Rei D. João I criou os bombeiros profissionais, nem no tempo do Salazar, os bombeiros foram alvo de um tratamento tão pouco digno!
A atribuição desta designação a este projecto mostra uma manifesta falta de sensibilidade para com a classe profissional, que luta há anos para que todos os bombeiros profissionais do país (sapadores, municipais e profissionais das associações humanitárias) sejam designados de bombeiros sapadores.
A receptividade das autarquias tem sido escassa, mas da parte dos sucessivos governos tem sido nula, recusando-se inclusivamente a aprovar o estatuto do bombeiro profissional.
A ANBP questiona o que aconteceria se o governo designasse outras forças de segurança como “cabras PSP” ou “cabras GNR” ou “cabras técnicos de protecção civil”?
Consideramos que os bombeiros estão a ser desconsiderados por quem, no tempo dos trágicos incêndios que assolaram o país em 2017, lhes prometeu mais dignidade e melhorias das suas condições de trabalho e carreira profissional.
Não contestando a importância dos caprinos, consideramos que comparar as funções de um animal a um ser humano é desrespeitoso por parte de um Estado de Direito, que se diz cumpridor dos Direitos, Liberdades e Garantias e Defensor dos Direitos Humanos.

Fonte: BPS

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