No passado sábado, Vagos, Mira e Cantanhede celebraram a assinatura de um protocolo que visa, antes de tudo, preservar as memórias da Casa Gandaresa e, no fundo, as memórias de um povo que sempre lutou pela sua terra.
Esta foi, segundo o Vereador Fernando Madeira disse à reportagem do Jornal Mira Online, "a primeira pedra para a execução de um projeto que acontecerá ao longo de três anos".
A inventariação, a classificação, a criação de um roteiro, de uma marca, de um site e de uma app, são pedras basilares deste projeto que está a ser arquitetado há cinco anos (tempo este, que levou a espera do financiamento necessário do Turismo de Portugal).
Helena Teodósio, Raul Almeida e Silvério Regalado explicaram à reportagem que "os três municípios têm a preocupação de ainda poder salvar a casa gandaresa". Através do suporte da Universidade de Aveiro "está a ser feito todo um levantamento da realidade e, assim, partiremos ao encontro da preservação e a consequente readaptação à estas casas que têm uma especificidade bastante própria".
Ainda segundo o raciocínio autárquico, "mais vale preservar e conservar estas casas, que deixá-las cair aos bocados... acontecerão financiamentos para que os proprietários possam preservá-las... e, com elas, toda uma longa tradição regional" . Desta forma, "o turismo aposta como promotor da região, criam-se rotas e potencialidades, acarretando benefícios em muitas vertentes, tais como a gastronomia, os vinhos, a tradição de bem receber que são importantes "motores" da dinamização desta oferta a nível nacional e internacional. Em suma, este projeto tem tudo para oferecer um produto turístico de excelência".
Dina Ramos e Carlos Costa, pela Universidade de Aveiro afirmaram, na apresentação, que este projeto nasceu de uma questão quase absurda: "o porquê das pessoas virem às nossas praias e acabarem por não visitar as localidades dos nossos Concelhos". E, desta simples questão, veio a necessidade de, nos dias que correm, dar-se "novas funções à casa gandaresa, fazer-se uma aprofundada investigação científica, dialogar com agentes locais e a comunidade em geral, para além de ações de sensibilização, captação e formação", no sentido de que o Gândara Tour Senstaions tenha, como resultado final, o êxito que todos dele esperam. Mas, ficou para o final, a nova meta (sim, este Projeto pode alargar horizontes...): a pergunta feita por Dina Ramos ficou no ar e todos, incluindo os Presidentes de Câmaras, concordaram: "Não podemos deixar de, mais para a frente, olharmos para os Palheiros... eles também fazem parte desta rica cultura gandaresa!"
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