A PSP tem em curso esta quarta-feira uma operação, em vários concelhos do país, para deter os responsáveis pelo furto das armas retiradas da Direção Nacional da PSP, no ano passado. Dois agentes da autoridade e um civil foram detidos.
Segundo o porta-voz da PSP Alexandre Coimbra, a operação teve início “há cerca de uma hora [06:00 da manhã] encontrando-se a decorrer”.
Em comunicado, a polícia acrescenta que decorrem 14 buscas domiciliárias e quatro buscas não domiciliárias, no âmbito do inquérito que investiga o furto de pistolas da Direção Nacional, ocorrido em Janeiro de 2017.
Até ao momento, três pessoas foram detidas - dois agentes da autoridade e um civil - relacionadas com o furto das armas retiradas da Direção Nacional da PSP.
Segundo Alexandre Coimbra, “a PSP deteve hoje três pessoas, na zona da Grande Lisboa, juntando-se àquela que já tinha sido detida na segunda-feira”.
“Neste momento temos quatro detidos relacionados com este caso”, disse Alexandre Coimbra remetendo para mais tarde mais esclarecimentos.
A operação, com o nome “Ferrocianeto” abrange os concelhos de Vila Nova de Gaia, Gondomar, Mafra, Abrantes, Alvaiázere, Sintra, Cascais, Oeiras, Lisboa, Almada e Albufeira.
No comunicado, a PSP adianta que o inquérito, dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), está a cargo da Divisão de Investigação Criminal do Comando Metropolitano de Lisboa, sendo apoiada pela Unidade Especial de Polícia, Comando Metropolitano do Porto e Comando Distrital de Faro.
Segundo as autoridades estão envolvidos nas buscas cerca de 150 polícias.
Em Janeiro de 2017 foi detetado o desaparecimento, do armeiro da sede da Polícia de Segurança Pública (PSP), de 57 armas Glock após a apreensão de uma arma de fogo da polícia durante uma operação policial que decorreu no Porto.
Outras três armas foram detetadas, posteriormente, pelas autoridades espanholas em Ceuta.
Na altura foram suspensos os dois agentes responsáveis pela listagem das armas, aberto um inquérito e uma comunicação ao Ministério Público para efeitos de investigação criminal.
A 17 de outubro deste ano, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse no parlamento que haviam sido recuperadas oito das 57 armas Glock desaparecidas “em operações distintas, sem nenhuma característica comum entre as mesmas, oito das 57 armas”.
O ministro avançou que quatro armas foram recuperadas em Espanha, três das quais na Andaluzia e uma Ceuta, e outras quatro em Portugal.
Eduardo Cabrita avançou ainda que o oficial da PSP que foi responsável pelo departamento onde estavam armazenadas 57 armas desaparecidas em Janeiro de 2017 foi exonerado de oficial de ligação do Ministério da Administração Interna na Guiné-Bissau.
Na sequência dos processos disciplinares abertos pela PSP a este caso foi determinado, em março de 2017, a cessação da comissão de serviço do ex-diretor do Departamento de Apoio Geral da direção Nacional da PSP, enquanto oficial de ligação do MAI na Guiné-Bissau.
(em atualização)
Lusa
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