terça-feira, 18 de outubro de 2016

O perdão fiscal é um plano B (& 30 milhões perdidos de IMI)

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do Público
18 DE OUTUBRO DE 2016
Bom dia!
A Netflix fez a festa, na apresentação de resultados mostrando mais lucros, mais assinantes e prometendo investir seis mil milhões de euros em novas séries já no próximo ano. Para os fãs da marca são só boas notícias.
Melania Trump culpou o jornalista pelas declarações sexistas do seu marido - aquelas que deram um novo golpe na popularidade do candidato. Noite fora li alguém no Twitter perguntando isto: se ele não resiste a um jornalista, como é que resistirá à China?
Julien Assange ficou sem internet. O Wikileaks diz que o Equador cortou as comunicações na embaixada em Londres, onde Assange está exilado há 4 anos, depois da revelação de e-mails pirateados sobre Hillary Clinton.
A Aministia Internacional pediu ajuda para os civis de Mossul, agora que começou a ofensiva sobre o último reduto do Daesh no Iraque. A batalha será brutal, violenta e longa, como aqui explica o João Ruela Ribeiro. Se quiser perceber melhor o que está em jogo em Mossul, aqui tem um pequeno descodificador e também o nosso Editorial de hoje.
O tema do dia...
É, ainda, o Orçamento. O Governo enviou para Bruxelas, noite fora, a promessa de que não vai ser necessária qualquer medida extraordinária para cumprir o défice este ano. No documento há uma repetição e uma novidade: respectivamente, a garantia dos 445 milhões em verbas cativas; e o novo 'perdão fiscal', que o Governo garante não ser "perdão" e que não nasceu para compensar desvios - mas que já serve de argumento para convencer a Comissão de que o país vai mesmo cumprir este ano. O Sérgio Aníbal conta aqui a história do novo plano B, ou "Plano A+" se preferir. Enquanto o Vítor Costa acrescenta a certeza de que a recapitalização da CGD avança já este ano, para garantir o cumprimento dos rácios exigidos por Bruxelas.
A propósito da banca, o ministro das Finanças diz ao Jornal de Negóciosque o Governo tem "falado muito" com Marcelo sobre o tema. Anuncia também que vai falar já com Bruxelas sobre uma solução para o crédito malparado (com cuidados redobrados nas garantias de Estado, para não cair tudo na conta do défice). E explica que quer mudanças no modelo de supervisão - o que não diz ainda é em que sentido.
No plano político, anuncia-se uma nova negociação à esquerda: o Bloco quer mais deduções da Educação no IRS e vai abrir essa frente de batalha na especialidade. E o Governo, o que diz? Depende de quem fala. Para ilustrar como é curta a margem de manobra, a Maria João Lopes acrescentou-nos estalista das promessas adiadas deste Governo - logo se vê para quando.
O que já se consegue perceber melhor é como vão aumentar as pensões em 2017; como irá ser aplicada a condição de recursos às pensões mínimas (lá mais para a frente); e também como os recibos verdes podem vir a pagar mais com o novo regime (sim, escrevi "mais").
O que é, também, mais claro é a lista dos sectores económicos que mais se vão queixar do Orçamento para 2017: a grande distribuição e mais estes quatro.
E o que é que há mais?
Uma passadeira vermelha para os chineses da Fosun, estendido ontem pelos grandes accionistas do BCP.
A manchete do PÚBLICO de hoje, que mostra como o Estado perdeu 30 milhões com falsas isenções de IMI - e logo agora que se fala tanto do novo IMI.
Contas grandes às taxas e multas (ou "taxas e taxinhas", na célebre expressão de Pires de Lima), feitas pelo DN e JN, concluindo que estas vão crescer mais do que os impostos.
Há também notícia de problemas em algumas escolas, com notória falta de funcionários (e ainda ontem aqui falámos das 35 horas). E de um livro sobre praxes que faz perguntas desafiadoras ("será que as praxes estão ligadas ao carreirismo político?" Elísio Estanque responde aqui).
Ainda falando do Ensino Superior, registe o número de engenheiros portugueses reconhecidos no Brasilzero
Na política, anote as críticas de Mota Amaral a Passos Coelho (ainda a propósito da derrota do PSD nos Açores); e a nega de Passos a Rui Moreira, respondendo a um pedido de alteração da lei autárquica.

Hoje é importante

O Governo reúne a Concertação Social, em Lisboa, para discutir o Orçamento de 2017. Costa procura um acordo de médio prazo, por exemplo no salário mínimo. Falta saber se há margem de manobra para que o acordo se faça fora dos termos acordados com o PCP e Bloco.
Logo à noite regressa a Liga dos CampeõesO F.C. do Porto entra em modo de "hoje ou nunca", jogando contra o Brugge. O Alvalade XXI recebe um Dortmund fragilizado (será o momento certo para o Sporting vencer o gigante alemão?).

Só mais um minuto... 

Para aliviar o dia, e que tal uma viagem pelo mundo? A Lonely Planet fez o guia dos 20 locais mais fascinantes do planeta. Aviso: se não estiver preparado para imagens lindas de morrer, o melhor é não clicar.
A propósito de propostas fascinantes: e que tal passar a noite das bruxas no castelo do Conde Drácula? Um site de reservas lançou um concurso cujo prémio é de... arrepiar.
De arrepiar é, também, a história desta rapariga de 11 anos que vai estrear uma ópera em Viena
... E também é de arrepiar a extraordinária imagem que faz a capa do PÚBLICO de hoje. Para não contar tudo já, digo-lhe só que é uma obra notável que esteve adormecida 90 anos, nos Açores. O Sérgio B. Gomes conta-lhe a história e mostra-lhe as fotos.
É assim, com histórias e imagens extraordinárias, que o deixo por hoje, esperando ter-lhe deixado também um belíssimo sorriso para começar o dia. Por aqui o esperamos, ao longo das próximas horas, para o manter sempre actualizado. 
Até já!
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Não deixem de consultar o site www.adasca.pt onde se disponibiliza mais informações.
Os dadores do exterior podem comparecer nesta brigada para efectuarem a sua dádiva, devem pois, identificar-se junto dos seguranças à entrada.

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