Ana Alexandra Gonçalves – Triunfo da Razão
A manifestação dos taxistas acabou por ser indelevelmente marcada por actos de violência que mais não fizeram do que liquidar qualquer espécie de argumentação. Todavia, isto não significa que a Uber e empresas similares representem um bom exemplo para o mundo, bem pelo contrário, a Uber e empresas similares são sinónimo de ausência de direitos laborais e contratuais e um dos maiores exemplos de precariedade.
Infelizmente, a luta dos taxistas, quer pelo seu carácter visceral, na pior acepção da palavra, quer pela natural defesa exclusiva daquilo que consideram iniquidades que recaem sobre a classe, passa ao lado da verdadeira natureza da Uber e da transformação das relações laborais. A verdade é que empresas que agem na mais absoluta ausência de direitos laborais estão a mudar o paradigma. Se estas empresas vingarem, pouco resta à parte mais desprotegida das relações laborais: os trabalhadores.
Paralelamente à questão dos taxistas que infelizmente mostram-se incapazes de argumentar, recorrendo amiúde a formas de protesto pouco consonante com o Estado de Direito democrático, existe todo um mundo de precariedade que empresas como a Uber trazem. Esta é uma discussão que tem sido frequentemente esquecida. Tudo ficará resumido à boçalidade de alguns.
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