A operação para a reconquista da cidade iraquiana ao Estado Islâmico já teve início, anunciou esta segunda-feira o primeiro-ministro do Iraque.
“O tempo da vitória chegou e as operações para libertar Mossul começaram”, disse o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, numa declaração transmitida pela estação televisiva Iraqiya.
“Hoje declaro o início dessas operações vitoriosas para libertar-vos da violência e do terrorismo do Daesh“, afirmou, dirigindo-se aos residentes da região de Mossul.
O grupo terrorista, que tomou vários territórios da Síria e do Iraque, em meados de 2014, declarando-os um “Califado Islâmico”, tem sofrido derrota atrás de derrota este ano, preparando-se agora para uma ofensiva contra o seu principal reduto no Iraque: Mossul.
Hoje, os rebeldes sírios conseguiram uma vitória sobre o Estado Islâmico, ao tomar – com apoio da aviação turca – a simbólica cidade de Dabiq, mencionada em profecias apocalípticas sunitas.
A notícia da mais recente derrota do Daesh surge no dia em que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se deslocou a Londres para reuniões com os aliados europeus, uma iniciativa diplomática que visa pôr fim ao conflito sírio.
100 mil pessoas podem fugir
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados alertou hoje que estima que até 100 mil pessoas poderão fugir da ofensiva contra a cidade iraquiana de Mossul.
Perante a expectativa de que milhares de pessoas fugirão da ofensiva, o ACNUR prepara-se há meses para acolher os deslocados em onze campos, alguns dos quais estão prontos, outros estão quase e outros ainda se encontram na fase de planificação, dado a ONU não dispor de terreno para os construir.
A ofensiva lançada hoje faz temer um desastre humanitário e o secretário-geral adjunto da ONU para os Assuntos Humanitários, Stephen O’Brien, declarou-se “extremamente preocupado” com os cerca de 1,5 milhões de pessoas que ainda vivem em Mossul.
“As famílias estão expostas ao risco extremo de serem apanhadas em fogo cruzado ou como alvo de atiradores furtivos”, alertou.
Temendo pelo destino de 500 mil crianças, a organização não-governamental Save the Children exortou os beligerantes a “abrirem corredores seguros” para que os civis possam fugir e não fiquem presos “sob as bombas, numa cidade cheia de minas e explosivos, com falta de alimentos e cuidados médicos”.
ZAP / Lusa
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