"O caso vai ser analisado em Conselho
Disciplinar, que é o órgão próprio da Ordem dos Médicos para avaliar estas
situações", afirmou à agência Lusa Carlos Cortes, da Secção Regional
Centro da Ordem dos Médicos.
Segundo Carlos Cortes, houve "indícios de má
prática ética", nomeadamente de o médico de família ter violado o
"sigilo profissional entre médico e doente, porque foram relatados muito
claramente conversas tidas no âmbito de uma consulta médica", bem como
procedimentos médicos.
"Ora, um dos princípios mais importantes do
código deontológico dos médicos é o respeito do sigilo absoluto em relação ao
seu paciente, tanto do ponto de vista das patologias que o paciente possa ter
ou o facto de o paciente ser uma pessoa potencialmente saudável",
salientou.
No domingo, o médico de família do suspeito dos crimes
de Aguiar da Beira disse que o presumível homicida não é psicopata e apelou
para que se entregue "o mais depressa possível", numa conferência de
imprensa em Arouca.
Víctor Brandão, médico de Pedro Dias e da família há
cerca de 35 anos, afirmou "conhecer muito bem" o suspeito, frisando:
"Não tenho nenhum indício, ao longo desses anos todos, que me permita
classificá-lo como uma pessoa de mente alterada ou, conforme os termos que se
ouvem nas televisões - como um psicopata".
"Nunca manifestou um discurso incoerente, todas
as vezes que me procurou, era para consultas de rotina, revelando sempre uma
vontade de preservar a sua saúde e de preocupar-se com ela, o que não acontece
com um psicopata", observou o clínico.
Um militar e um civil foram
assassinados a tiro na manhã de 11 de outubro passado em Aguiar da Beira, no
distrito da Guarda, onde também um outro militar e uma civil ficaram feridos
com gravidade.
Já durante a tarde, na zona de Candal, um outro
militar da GNR foi também ferido com uma arma de fogo.
O presumível homicida encontra-se, desde então, em
fuga, apesar das operações policiais em curso para o capturar.
JN
Não deixem de consultar o site www.adasca.pt onde se disponibiliza mais
informações.
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