Enquanto dormia...
O Presidente da República foi ontem à noite à TVI e fez duas declarações importantes:
- Uma. Depois de há dias ter prometido que nunca escreveria as memórias do seu tempo em Belém (pequena provocação a Cavaco Silva), fez agora uma espécie de memórias em tempo real e revelou as suas muitas dúvidas na fase inicial deste governo: "Quando entrei não pensei que [o governo] conseguisse cumprir com os compromissos internacionais" e "que fosse tão resistente quanto se mostrou ao longo deste ano". Na altura, esta falta de confiança não foi conhecida - pelo contrário.
- Duas. Marcelo justificou a permanência de Mário Centeno no Governo com o exemplo de Vítor Gaspar: "Recordo que em 2013, num contexto menos agitado, o ministro das Finanças pediu a demissão e isso provocou" uma crise política. Também não se sabia que, na opinião do Presidente, vivemos hoje um momento mais "agitado" do que aquele que existia quando o país estava sob intervenção internacional.
A "resistência" da "geringonça" não impressiona só o Presidente: em entrevista à TSF, o líder dos socialistas no Parlamento Europeu elogia a "experiência de António Costa" e quer fazer uma "aliança" semelhante em Bruxelas.
Uma avioneta despenhou-se ontem à noite junto a um centro comercial em Melbourne, na Austrália. Morreram as cinco pessoas a bordo. O Sydney Morning Herald escreve que o piloto estava a ser investigado por, em 2015, ter quase colidido com outro avião num voo.
António Costa já o pressionou? "Já. Quer dizer… Já se chateou comigo em público, sim. Mas não vou mostrar mensagens de SMS que ele me manda." A pergunta é dos jornalistas do Observador; a resposta é de Sérgio Figueiredo. A TVI faz 24 anos e o diretor de Informação do canal deu uma grande entrevista à Rita Tavares e ao Rui Pedro Antunes sobre as mudanças na estação, sobre a polémica da notícia relativa ao Banif e sobre as relações com políticos. Já agora: adivinhe qual foi o único primeiro-ministro que nunca pressionou Sérgio Figueiredo (e porquê)?
Ainda sobre a TVI: a Procuradoria-Geral da República confirmou ao Observador que já foi aberto um inquérito-crime à notícia da estação que, no final de 2015, anunciou o suposto fecho iminente do Banif e terá provocado uma fuga de depósitos. Não há ainda arguidos no caso mas já foram ouvidas pessoas, entre elas Sérgio Figueiredo e Jorge Tomé, ex-presidente do banco.
São conhecidos pelo nome "lanzas internacionales". Dois dos fugitivos de Caxias pertencem a este grupo de assaltantes chilenos que atua na Europa e se especializa em assaltos a alvos com muito dinheiro. O João de Almeida Dias falou com o chefe da Interpol no Chile para perceber quem são e como actuam. A caça ao homem continua, depois de um dos chilenos ter sido detido e o outro ter sido libertado por falta de um mandado internacional (há ainda um português a monte).
A direita já prepara comissão-SMS, que será a segunda comissão de inquérito parlamentar à Caixa, mas fica a dúvida: a esquerda pode travar isto? O DN diz que sim.
Entre 2011 e 2014, a Autoridade Tributária e Aduaneira deixou sair de Portugal, sem escrutínio, cerca de dez mil milhões de euros para paraísos fiscais. Agora, vai ser feita uma investigação. A notícia é do Público.
Agora, dois pequenos momentos justiça-política:
- A polícia francesa fez ontem buscas na sede da Frente Nacional, partido da candidata presidencial Marine Le Pen, para investigar o alegado uso indevido de fundos da União Europeia.
- A Polícia Federal do Brasil acusou ontem os ex-Presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff de terem tentado obstruir as investigações de corrupção na operação Lava Jato.
Trump já tem um novo Conselheiro para a Segurança Nacional. Segundo o The New York Times, o general H. R. McMaster é "altamente respeitado". A escolha até foi elogiada no Twitter pelo senador republicano John McCain, que tem sido muito crítico da Presidência Trump.
No futebol português há quase tantas queixas como bolas. O Bruno Roseiro fez a contabilidade toda e só parou no número 10.
A nossa Opinião
Rui Ramos escreve sobre a Caixa e o Governo: O segredo que o caso CGD ameaça desvendar é que o governo não tem condições para governar, e que a sua habilidade é feita de 'habilidades' e 'erros de percepção mútuos' que às vezes dão 'trapalhada'".
Laurinda Alves escreve sobre namoros violentos: "Não está nas nossas mãos começar nem terminar namoros alheios, mas está ao nosso alcance ficar disponíveis para ouvir e conversar sobre estes temas complexos e delicados, sem moralismos nem devassas".
Paulo de Almeida Sande escreve "O dia dos meus anos": "Houve um tempo em que festejavam os meus anos e eu era feliz. Não era eu que pagava o bolo, nem tinha de decidir os amigos a convidar, não me preocupava com os pormenores, se não esquecera alguém".
Os nossos Especiais
O País precisa mesmo de mais um aeroporto no Montijo? Que estudos sustentam esta opção? Quanto custa e quem paga? A Ana Suspiro responde a todas as dúvidas num Explicador indispensável.
Notícias surpreendentes
Preparem os Kleenex: Angelina Jolie falou pela primeira vez do divórcio de Brad Pitt. "Vamos ser sempre uma família", disse a atriz, emocionada, numa entrevista à BBC.
Vêm aí os Óscares e nós, no Observador, já nos estamos a preparar. Para já, estamos a lembrar o estilo na passadeira vermelha das candidatas a melhor actriz. Veja as fotos (e os vestidos) de Natalie Portman.
Já agora, aproveite para conferir a evolução da imagem de Rihanna. Não digam que ela é aborrecida.
Valeria Olivari é uma chef peruana que trouxe para Lisboa empanadas, alfajores e muitas outras coisas que vale a pena provar. O Tiago Pais conta tudo.
Há um batom que acaba com a neura? A Helena Magalhães jura que sim. Tem tudo a ver com a serotonina.
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