terça-feira, 15 de agosto de 2017

A doação da herdeira do Credit Suisse a Lula conseguiu ridicularizar toda a reforma política… ainda há tempo de perceber isso


Conforme falamos aqui agora há pouco, Roberta Luchsinger, herdeira do Credit Suisse, decidiu doar R$ 500 mil a Lula. Mas ela fez muito mais do que isso: tornou estúpida toda a discussão sobre a atual reforma política, principalmente em relação ao item “financiamento público de campanhas” (feito para substituir o financiamento empresarial de campanhas, que foi proibido por exigência do PT e dos partidos de extrema esquerda).

Antes de qualquer outra coisa, vamos rever um texto que escrevi em setembro de 2015, com uma historieta fictícia para dar uma dimensão da rasteira que os petistas estavam dando em todo o resto ao tirar o financiamento empresarial de campanhas:

Em uma escola pública no interior, todo ano ocorre uma competição de grupos em um desfile. Estes grupos devem angariar verbas a partir de doações de pessoas físicas e, principalmente, empresas com data limite até o mês de junho, pois o desfile ocorre em outubro.

Jumira é filha da diretora da escola e pertence ao grupo que tem vencido a competição nos últimos quatro anos. Também pudera. Pela influência de sua mãe na pequena cidade, os empresários doam mais para Jumira do que para as outras adolescentes.

Porém, um escândalo ocorre, e a mãe de Jumira é mal vista pela cidade. Também se sabe que verbas da escola são utilizadas indevidamente para o desfile. Mas mesmo assim Jumira teme que outros grupos consigam obter as verbas de doações empresariais que ela não conseguirá. É o que a motiva a pedir uma ajuda para sua mãe, que, sordidamente, decide criar uma “regra de justiça”, pela qual nenhum grupo poderá obter financiamentos de qualquer empresa.

Obviamente, Jumira espera agora que sua quinta vitória seja a mais fácil de todas. Motivo: os grupos competidores foram proibidos de receber um tipo de verba em um quesito em que somente agora poderiam vencê-la, ao mesmo tempo em que sua mãe garantirá verba suficiente para superar os demais grupos a ponto de fazê-los comer poeira.

Se contarmos essa história fictícia para crianças e pré-adolescentes, todos eles entenderão que é hora de fazer um fuzuê danado.

Boa parte da direita, por sua vez, ainda não entendeu o motivo pelo qual precisa se rebelar contra o golpe do dia 17/9, proibindo financiamento empresarial de campanha, no mesmo passo em que mantém o financiamento estatal somente para o PT, a partir de coisas como Lei Rouanet, verba para BLOSTA, doações do MinC, aparelhamento de ONGs, imposto sindical e provocações do tipo.

E por que digo que não percebeu? Por que o torpor mostra que eles ainda não entenderam a dimensão do golpe.

Enfim, isto foi o que eu escrevi em setembro de 2015. Até hoje a direita, o centro e a esquerda moderada ainda não entenderam o que aconteceu.

Aliás, o Sr. Rodrigo Maia justificou sua capitulação para a narrativa petista sobre financiamento empresarial de campanha ao dizer que “não há clima para a doação de empresas”.

Bom… se essa doação de R$ 500 mil da herdeira do Credit Suisse a Lula não habilitar o “clima” para o retorno do financiamento empresarial de campanha (e fim do financiamento público) então é masoquismo mesmo.

Na época em que os petistas exigiram (a partir de uma ADIN enviada pela OAB ao STF) o fim do financiamento empresarial, os criadores de frame do PT disseram: “empresa não vota”. Os adversários do PT não conseguiram nem dizer a seguinte expressão: “estado não vota”. Foi ridículo.

O argumento para o retorno do financiamento empresarial de campanha é simples: é preciso legalizar o financiamento empresarial, que retornou à ativa com a atitude da Sra. Roberta Luchsinger, que fez a doação de R$ 500 mil a Lula. Outras figuras tipo Joesley Batista devem estar fazendo “doações pessoais a Lula” no futuro (apostem nisso).

Logo, o financiamento empresarial de campanha já voltou. Agora é preciso regularizá-lo, para que todos os partidos possam ter aquilo que o PT quer só pra ele.

Via: ceticismopolitico.com

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