terça-feira, 15 de agosto de 2017

Ser vegetariano: a saúde e o ambiente combinam

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Dietas mais saudáveis e ambientalmente sustentáveis podem ser o segredo para uma menor pegada de carbono e, quem sabe, viver mais tempo.
Sabia que há uma forma eficaz de reduzir a pegada de carbono no planeta? Tornar-se vegetariano. Um estudo vem mostrar que um regime alimentar baseado em alimentos de origem vegetal, além de revelar-se mais saudável, pode ser um regime mais sustentável reduzindo drasticamente a pegada de carbono. A análise do estudo é avançada pelo jornal britânico The Independent.
A investigação pertence a Marco Springmann, da Universidade de Oxford, e vem mostrar que um regime alimentar vegetariano pode reduzir as emissões dos alimentos em dois terços e salvar milhões de vidas – se as cerca de sete mil milhões de pessoas no mundo se tornassem vegetarianas era isso que aconteceria, calcula o investigador.
Cortar as carnes vermelhas, comer mais fruta e vegetais não se trata apenas de uma opção saudável. A carne, aliás, é uma das grandes preocupações ambientais e o corte no consumo é um dos grandes motores da mudança climática.
O estudo revela que uma dieta à base de vegetais e derivados, que vai igualmente ao encontro das directrizes da Organização Mundial de Saúde, pode evitar entre cinco a oito milhões de mortes por ano, até 2050. Estes números são equivalentes a uma redução de 6% a 10% na taxa de mortalidade mundial.
Outra questão está directamente relacionada com a pegada de carbono. A agro-pecuária, a produção de alimentos processados e o transporte desses produtos são maioritariamente movidos pela queima de combustíveis fósseis que, por sua vez, se transformam em gases de efeito de estufa que armazenam o calor na atmosfera. Os cientistas medem esse impacto em pegadas de carbono, expressas pelo volume de dióxido de carbono (CO2) produzido a cada 100 gramas de alimento. Estas emissões de gases com efeito de estufa, com a adopção de um regime vegetariano, também seriam reduzidas em mais de dois terços.
Contudo, as previsões não ditam um cenário risonho. Estima-se que menos de um terço das 105 populações incluídas neste estudo irá seguir o plano dietético recomendado. Isto significa que a população mundial em crescimento e a comer cada vez pior se vai traduzir num orçamento muito elevado a ser investido na redução do aquecimento global, que poderia ser minorada pelo referido vegetarianismo.
Springmann e a restante equipa de investigadores querem evitar a todo o custo as repercussões negativas dos maus hábitos alimentares desprovidos de consciência ambiental. Para tal construíram quatro tipos de dieta para mostrar os impactos ambientais e na saúde. São elas: uma dieta baseada em projecções dietéticas de 2050; uma dieta em directrizes globais com mínimos de frutas e legumes e limites para carnes vermelhas, açúcar e calorias; uma dieta ovolactovegetariana e uma dieta vegan.
Se a adopção de uma dieta com directrizes dietéticas globais pode evitar cerca de cinco milhões de mortes, as dietas vegetarianas e vegan aumentam esse número para sete a oito milhões de mortes que poderiam ser evitadas.
Os investigadores dizem ainda que se as mudanças forem aplicadas haverá mais vantagens na saúde das populações de países desenvolvidos, visto que a sua dieta é, por norma, mais desequilibrada deixando margem para melhores resultados.
Assim, se toda a população mundial se tornasse vegetariana o corte nas emissões de gases efeito de estufa seria de 63%, reduzindo a pegada de carbono. Se e, vez de vegetarianas, as pessoas se tornassem todas vegan essa redução subia para os 70%.

Fonte: Público  Life&Style
Foto: Rui Gaudêncio

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