Semente recomendada pelas celuloses esgotou nos viveiros. Corrida para evitar a nova lei que trava novas plantações de eucaliptos começou depois dos fogos e tem-se agravado nos últimos meses.
A Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais e a Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA) dizem à TSF que está a existir uma verdadeira corrida à plantação de eucaliptos.
A ANEFA (que representa os viveiros) adianta mesmo que a planta de eucalipto recomendada pela indústria das celuloses (sementes geneticamente melhoradas que em princípio crescem mais rápido) está esgotada com tanta procura nos últimos meses, havendo listas de espera, algo que não acontece nos viveiros que têm outro tipo de sementes.
A associação afirma ainda que neste momento faltam 1 milhão de plantas para responder a uma procura que teve um aumento exponencial nos últimos meses.
A causa desta corrida aos eucaliptos é a lei aprovada no Parlamento, em Agosto, depois dos fogos de Pedrógão Grande, proibindo as novas plantações de eucaliptos em áreas onde estes não existiam.
As primeiras denúncias dessa corrida aconteceram pouco depois da publicação da lei com o governo a avançar com um decreto-lei transitório, enquanto a lei não entra em vigor em Fevereiro, para evitar que sejam plantados eucaliptos em áreas ardidas anteriormente ocupadas por outras espécies.
A medida foi na altura promulgada pelo Presidente da República com avisos que era preciso garantir a "sua efetiva aplicação".
O regime transitório foi publicado no início de Dezembro, depois de alertas do próprio ministro da Agricultura que temia uma corrida aos eucaliptos, mas quem trabalha na floresta diz que a legislação serviu de pouco, alertando para a falta de fiscalização.
Nuno Guedes / TSF
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