O primeiro-ministro saiu esta segunda-feira em defesa do ministro das Finanças para afiançar que “em circunstância alguma” este governante “sairá do Governo”. António Costa frisou que mantém “toda a confiança” em Mário Centeno.
“O professor Mário Centeno é uma pessoa de enorme dignidade que tem prestado serviços de grande relevância para o país, em quem mantenho toda a confiança e em que circunstância alguma sairá do Governo”, começou por responder o primeiro-ministro, questionado pelos jornalistas à margem de um evento no Museu dos Coches, em Lisboa.
“Naturalmente, nós respeitamos a atividade da justiça, ninguém está acima da lei e a justiça fará as investigações que entender. Nós daremos toda a colaboração que for devida à justiça”, acrescentou.
“Mas quero deixar claro que quem decide a composição do Governo sou eu e que mantenho toda a confiança no professor Mário Centeno. Nem podia, aliás, ser de outra maneira”, insistiu António Costa.
Na passada sexta-feira, elementos da Polícia Judiciária e do Departamento de Investigação e Ação Penal desencadearam buscas no Ministério das Finanças, que, segundo a imprensa, terão assentado na suspeita do crime de recebimento indevido de vantagem por parte do titular da pasta das Finanças.
Em causa está um processo de isenção de IMI a uma empresa de investimentos imobiliários administrada pelos dois filhos do presidente do Benfica – Luís Filipe Vieira teria intercedido nesse sentido junto do ministro – e um pedido, por parte de Mário Centeno, de lugares na tribuna para o encontro entre o emblema de Lisboa e o Futebol Clube do Porto. O Ministério Público pretenderá apurar se estes dados estão relacionados.
“Quem tenha lido o que tem aparecido nos jornais percebe a dimensão do ridículo de haver qualquer investigação a propósito de uma ida a um jogo de futebol ou fazer qualquer acusação relativamente a decisões que não competem ao Governo, mas competem exclusivamente a outras entidades como seja o município de Lisboa”, sustentou esta tarde António Costa.
Reconhecendo que “internacionalmente esta notícia tem tido muita repercussão”, tendo em conta o facto de Mário Centeno presidir agora ao Eurogrupo, o chefe do Executivo quis frisar que não está em causa “o bom-nome, a credibilidade e a seriedade” do ministro das Finanças.
Reconhecendo que “internacionalmente esta notícia tem tido muita repercussão”, o chefe do Executivo quis frisar que não está em causa “o bom-nome, a credibilidade e a seriedade” do ministro das Finanças.
“É conhecido que, nos camarotes dos jogos oficiais, muitas vezes há convites por parte dos clubes. Eu próprio estava nesse jogo também a assistir e considero, aliás, um insulto para quem convida e um insulto para quem é convidado poder-se sequer pressupor que quer o convite quer a aceitação do convite possam diminuir de alguma forma a capacidade de isenção e de idoneidade”, fez notar.
Questionado sobre a possibilidade de Mário Centeno vir a ser constituído arguido, António Costa carregou na ideia de que não haverá “nenhum motivo” para que o ministro das Finanças “saia do Governo”.
RTP
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