segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Cristas dá cartão vermelho a Centeno e aponta incumprimento da promessa de investimento público

Assunção Cristas reage à notícia avançada pelo ECO de que a subida do investimento público em 2017 não chegou para atingir os valores de 2015 e dá "nota muito negativa" a Centeno.
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Assunção Cristas reage à notícia avançada pelo ECO de que a subida do investimento público em 2017 não chegou para atingir os valores de 2015 e dá "nota muito negativa" a Centeno.
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, escusou-se, esta segunda-feira, a comentar as investigações no Ministério das Finanças e deu uma “nota muito negativa” a Mário Centeno pela “promessa de investimento público” em 2017, “muitíssimo longe de ser cumprida”.
“Para mim, o mais importante, e separando as águas – se há investigações elas têm os seus tempos próprios e protagonistas, não me compete a mim comentar, interessa-me sinalizar o facto de termos tido uma promessa de investimento público em 2017 que ficou muitíssimo longe de ser cumprida”, defendeu Assunção Cristas.
A líder centrista falava aos jornalistas no Porto de Setúbal, numa visita durante as jornadas parlamentares centristas que decorrem esta segunda-feira e terça-feira no distrito de Setúbal, referindo-se à notícia avançada pelo jornal online Eco de que a subida do investimento público em 2017 não chegou para atingir os valores de 2015.
“Dizia-se que íamos crescer mil milhões em investimento, ficámos em 200 mil, não compensou sequer a quebra do investimento público em 2016. Isso significa que o Governo e o ministro das Finanças faltam à sua palavra, procuram enganar os portugueses, empatam durante muitos meses, dizendo que se vai concretizar determinado investimento público e, na verdade, ele não acontece”, argumentou Assunção Cristas.
A presidente do CDS vincou que “o ministro merece uma nota muito negativa”: “Não cumpriu a sua palavra, não cumpriu o que estava no Orçamento de 2017, não cresceu e nem sequer compensou a quebra brutal do investimento público em 2016″.
“Não gosto de falar sobre casos, sobre investigações, sobre processos, em qualquer fase que eles estejam. A nossa avaliação do ministro das Finanças é uma avaliação política, tem a ver com aquilo que o ministro promete e não faz, com aquilo que o ministro diz que acontece e não acontece”, declarou.
“Isso afeta o desenvolvimento económico sustentável, afeta as empresas e afeta muito a qualidade de vida dos portugueses”, insistiu.
Magistrados do Ministério Público fizeram na sexta-feira de manhã buscas no Ministério das Finanças, confirmou no sábado à Lusa fonte do gabinete do ministro Mário Centeno, depois de uma notícia avançada pelo Correio da Manhã (CM).
Fonte do ministério confirmou à agência Lusa “a realização de ações inspetivas”, garantiu a colaboração “de forma franca”, colocando “à disposição das autoridades judiciárias todos os elementos solicitados”, sem revelar o motivo das “ações inspetivas”, “respeitando o segredo de Justiça”.

Autoeuropa. Cristas apela à concertação


Na primeira visita das jornadas parlamentares, que se dedicam à captação de investimento e diálogo social, e na terça-feira à saúde, Assunção Cristas reuniu com a administração e visitou o Porto de Setúbal, onde a Autoeuropa tem 10 hectares concessionados exclusivamente à sua exportação.
Os trabalhadores da Autoeuropa começaram, esta segunda-feira, a cumprir o novo horário transitório que prevê a obrigatoriedade do trabalho ao sábado e que foi imposto administrativamente pela empresa após a rejeição dos acordos negociados previamente com a Comissão de Trabalhadores.
“Se é preciso ou não é preciso [trabalhar ao sábado], a própria empresa é que tem de saber, porque a empresa é que está no mercado e que sabe que condições é que laboral, a forma como isso tem de ser negociado com os trabalhadores, respeitando os seus direitos, dando-lhes condições para isso acontecer, nomeadamente, tendo em atenção a dimensão familiar e a necessidade de conciliar o trabalho na Autoeuropa com a família, é uma matéria para ser concertada”, sustentou Assunção Cristas.
A presidente do CDS referiu-se à possibilidade de haver “um retrocesso na produção, não aparecer um novo modelo, se houver dúvidas sobre a continuidade da Autoeuropa e da dimensão desse trabalho”, considerando que, “naturalmente, o porto também ficará afetado”.
Assunção Cristas, acompanhada pela presidente do porto de Setúbal, sublinhou que “o principal impacto desastroso” dessa eventualidade “será, certamente, para a economia da região, e para a economia do país”.
A Autoeuropa deverá atingir este ano uma produção de 240.00 automóveis, a grande maioria do novo modelo T-Roc, veículo que o grupo alemão Volkswagen pretende construir apenas na fábrica de automóveis de Palmela e que está a ter muito boa aceitação no mercado.
eco

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