domingo, 25 de fevereiro de 2018

100 açúcar

Sines lança projeto para reduzir açúcar na alimentação infantil.
O Centro de Saúde de Sines pretende reduzir o consumo de açúcar entre os mais novos e promover hábitos alimentares saudáveis, estando a realizar um projeto que abrange mais de 300 crianças em quatro infantários, no concelho de Sines.
O projeto-piloto intitulado «100 açúcar» pretende promover hábitos alimentares mais saudáveis nas crianças até aos 3 anos através dos infantários, onde passam grande parte do dia.
Bolachas, iogurtes, papas com açúcar e produtos processados vão passar a estar fora das ementas. Cátia Moura, enfermeira no Centro de Saúde de Sines, acompanha a área de Saúde Infantil e lembra que o surgimento de doenças «associadas ao estilo de vida» está a «aumentar» e que «há crianças com diabetes cada vez mais cedo», considerando importante envolver as escolas na promoção de hábitos alimentares saudáveis.
«As escolas têm de ser exemplo e ter ementas e práticas que se rejam por aquilo que é conhecimento e evidência científica: o açúcar refinado não deve fazer parte da alimentação diária de uma criança dos 0 aos 3 anos, tal como o sal», defende Cátia Moura.
Através do projeto «100 açúcar», profissionais do Centro de Saúde de Sines, em colaboração com a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA) e a Unidade de Saúde Pública, vão analisar e ajudar a preparar ementas mais saudáveis, bem como promover ações de formação para funcionários, educadores e pais.
As instituições de educação que aderem ao projeto assinam uma «carta de compromisso», em que concordam aplicar «dez mandamentos» sobre a «adoção de um estilo de vida saudável», explicou a enfermeira.
Não oferecer alimentos com adição de açúcar, proibir a entrada de doces e refrigerantes na escola, cumprir e respeitar a roda dos alimentos na confeção das dietas são alguns dos compromissos assumidos pelas instituições. No final do ano, será feita uma avaliação de cada estabelecimento aderente e, no caso de ter cumprido o estipulado no projeto, é atribuído um selo de certificação.
O projeto foi bem recebido por Carla Santos, Diretora de um dos infantários aderentes em Sines, considerando que a implementação «não vai ser difícil», mas reconheceu, no entanto, que «mudar mentalidades pode ser “desafiador”».
O «100 açúcar» é um projeto-piloto que vai, para já, ser aplicado nas instituições com creche «O Capuchinho Vermelho», «A Conchinha» e «O Pintainho» e no colégio «Estrela do Mar», em Sines, abrangendo cerca de 320 crianças.
De acordo com Fernanda Santos, responsável da Unidade de Saúde Pública do Litoral Alentejano, o Alentejo tem a taxa mais alta de crianças com obesidade devido aos maus hábitos alimentares. A responsável sublinha que é preciso estar atento à presença constante do açúcar na nossa alimentação. Não é tanto o mal que o açúcar faz às crianças nesta idade, mas é os hábitos que estas crianças vão ter, de comer açúcar e sal, e que vão levar para a vida adulta, porque começam a sentir necessidade. Uma criança que nunca comeu açúcar não sente necessidade de açúcar», concluiu a responsável.
O projeto-piloto arranca em Sines, com ações de sensibilização junto dos profissionais e encarregados de educação, terá uma duração de três anos e poderá ser alargado a outros infantários nos concelhos vizinhos de Santiago do Cacém, Odemira, Grândola e Alcácer do Sal.
Fonte: Lusa

Visite:

Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano – http://www.ulsla.min-saude.pt/

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