Para que se
saiba, em pleno século XXI e na Europa!
Imagem:portugalglorioso |
Morangos espanhóis, a nossa saúde, os outros e
o ambiente... O que já se sabe há demasiado tempo sem que ninguém faça nada
Será que os
morangos espanhóis cultivados em estufas são comestíveis? A resposta é
"NÃO"!
... se o único
problema destes morangos produzidos em estufas fosse a falta de sabor, ainda
nos poderíamos dar por felizes... Infelizmente, estes morangos apresentam
outros problemas bem mais graves, a começar pelo facto de o seu cultivo cobrir
cerca de seis mil hectares, dos quais uma grande parte alastra já ilegalmente
pelo parque nacional de Doñana, uma extraordinária reserva de aves migradoras e
nidificadoras da Europa - embora o poder regional a isso feche os olhos.
Para que estes
morangos cheguem aos mercados europeus, devem ser transportados por camião e
percorrer milhares de quilómetros. Cerca de 16.000 camiões fazem os percursos
por ano. A uma média de dez toneladas por veículo, esses morangos valem o seu
peso em CO2 e gases nocivos ao ambiente e ao homem.
Mas os perigos
desta agricultura não são só estes. Sabe o leitor como é que estes morangos
espanhóis são cultivados? O morangueiro é uma planta vivaz que produz durante
vários anos. Contudo, os morangueiros destinados a esta produção em estufa fora
da época são destruídos todos os anos. Para dar morangos fora de época, as
plantas produzidas in vitro são colocadas em frigoríficos no pino do Verão, a
fim de simular o Inverno, o que activa a produção. No Outono, a terra arenosa é
limpa e esterilizada, e a microfauna destruída por meio de bromometano (brometo
de metilo) e de cloropicrina. O bromometano é um poderoso veneno proibido pelo
protocolo de Montreal sobre os gases nocivos à camada de ozono. A cloropicrina,
composta de cloro e de amoníaco, não é menos perigosa, pois bloqueia os
alvéolos pulmonares. Os morangueiros são cultivados em terreno coberto por
plástico preto e a irrigação inclui fertilizantes, pesticidas e fungicidas.
Quanto à água de irrigação, provém de furos artesianos - dos quais mais de
metade já foram instalados de modo ilegal.
Tudo isto está a
transformar esta parte da Andaluzia numa savana seca, provocando assim o êxodo
das aves migradoras e a extinção dos últimos linces pardel, pois estes pequenos
carnívoros (dos quais somente uma trintena deve subsistir ainda na região)
alimentam-se de coelhos, animais também em vias de desaparecer. Por outro lado,
para arranjar lugar para os morangueiros, já foram arrasados pelo menos 2.000
hectares de floresta.
A produção e a
exportação destes morangos produzidos em Espanha começa um pouco antes do fim
do Inverno e termina nos princípios do mês de Junho.
Os trabalhadores
devem nessa altura voltar às suas casas ou exilar-se algures em Espanha. Se
contraíram doenças por causa dos produtos nocivos que respiraram, têm o direito
de se tratar... à sua própria custa. A maior parte dos produtores destes
morangos espanhóis utiliza mão-de-obra marroquina, trabalhadores sazonais ou
clandestinos, mal pagos e alojados em condições precárias. Para se aquecerem à
noite durante o Inverno, este trabalhadores queimam os resíduos dos plásticos
que cobrem os morangueiros. De qualquer modo, todos os anos no fim da época
desta cultura, as cinco mil toneladas de plásticos utilizados serão levadas
pelo vento, enterradas de qualquer maneira e em qualquer sítio, ou queimadas no
local... Não será necessário dizer que nesta região da Andaluzia, onde prospera
esta aberrante agricultura, as doenças pulmonares e de pele estão em franca
progressão. Quem se preocupa com isso? Ninguém!
Por que razão os
meios de comunicação não falam sobre o assunto? Mistérios do que não é política
e economicamente correcto... Quando a região tiver sido completamente
vandalizada e a produção se tiver tornado demasiado onerosa, os produtores
transferirão tudo para Marrocos, país onde aliás já começaram a instalar-se...
Mais tarde, irão provavelmente para a China... A população europeia ainda em
vida encontrar-se-á doente ou no desemprego... mas feliz por comprar
produtos
baratos...
Que podemos
fazer para combater esta tendência? Cada um de nós é livre de agir em
consciência e com conhecimento de causa: comprar ou boicotar a compra de
qualquer artigo que não seja produzido em conformidade com as leis da natureza
e/ou dos direitos humanos.
Todos podemos
escolher fazer um boicote pessoal. E se a maioria dos cidadãos assim
procedesse, os grandes "tubarões" da economia seriam obrigados a
mudar os seus métodos, sob pena de também eles porem em perigo a sua própria
existência.
A escolha está
nas mãos de cada cidadão!
Enviado por António
Alves Ribeiro
(Tal e qual me
chegou)
Nenhum comentário:
Postar um comentário