Comportamento
Considerando
o interesse deste assunto sociocomportamental no mundo da dádiva de sangue, e
dando cumprimento ao que assumimos na publicação anterior, trazemos aos
leitores do Litoral Centro a II Parte do tema. (NR)
O
Prof. Hirschfeld observa que, se em muitos homossexuais masculinos efeminados,
se pode verificar também semelhante mania, isto é, a tendência a vestirem
roupas femininas, esse desejo representa apenas neles um papel secundário, ao
passo que, nos efeminados não invertidos, o seu papel é principal e exclusivo.
A
transvestimentação foi especialmente
estudada por Nacke, que dela forneceu muitos dados interessantes. Em sua
opinião a transvestimentação devia
chamar-se mania do transvestir, porque se trata, com efeito, duma verdadeira
mania de envergar roupas doutro sexo, embora nem sempre assim seja, porquanto
alguns homens e algumas mulheres escolhem uma roupa fantasista do seu próprio sexo.
(Assim por exemplo, o célebre pintor inglês, Lucas, quando trabalha no seu
atelier, veste-se de Hamlet).
O
fundador da Psicanálise, o Prof. Freud, ensina também que a inclinação para as
perversões sexuais é congénita para cada
homem.
Mas,
diz ele, mais tarde, ela é dominada, na maior parte dos homens, pelos
sentimentos que lhe são criados pelo meio social: pudor, repugnância,
compaixão, moralidade e autoridade. Mas, naqueles em que ela permanece, dá-se
em retardo de evolução e um infantilismo, respectivamente. Além de que, a causa
da homossexualidade para Freud, reside nas circunstancia do individuo ter
permanecido na fase primitiva do auto-erotismo do amor. A criança está
predisposta pela sua bissexualidade primitiva, composta de elementos diversos,
a todas as perversões, inclusa a da inversão sexual.
Segundo
o psiquiatra holandês, Aletrino, o uranismo é uma variedade normal e é
absolutamente falsa a afirmativa de que os homossexuais sejam anormais, por não
servirem para a procriação: a filogénese, mesmo, demonstra, que, no
primitivismo sexual a tendência era a evacuação do sémen, constituindo a
fecundação nos animais inferiores uma mera casualidade. Para a moral, diz o
Prof. Aletrino, deve ser indiferente que essa evacuação se faça com uma pessoa
do mesmo sexo ou do sexo diferente. O acto sexual perderia assim o seu carácter
instintivo, original, porque o pensamento e a vontade o iam dominando cada vez
mais.
A
mais ideal comunidade é possível somente na mais possível igualdade, e esta
alcança-se somente com sexo igual. Não é a homossexualidade que deve ser
atacada, diz o Dr. Aletrino, mas algumas outras faltas. O uranista não é
pederasta; seria, por isso, ridículo exigir dele a virgindade, desde que se não
exige aos heterossexuais. A vida sexual nunca pode figurar como fundamento para
a condenação. Além disso, a pederastia é muito menos perigosa do que a
prostituição.
Quer
Weninger que a homossexualidade e a pederastia, sejam consideradas como
disposições perversas e não como doenças nem vícios, mas apenas como formas de
transição anatómica.
Para
Carpenter a homossexualidade, isto é, «o sexo intermediário», é o produto do
desenvolvimento progressivo da humanidade.
Eulenburg
considera o uranismo como uma
anomalia psíquica. Os sentimentos sexuais «contrários» podem apresentar-se
tanto em indivíduos psiquicamente doentes como nos psiquicamente sãos, mas, na
maioria dos casos, manifestam-se em indivíduos, degeneradamente ou, pelo menos,
nervosamente dispostos.
No
parecer de Krapelin a homossexualidade é uma doença em terreno quase congénito
e, a miúdo, uma disposição psicopática hereditária.
Forel
olha a homossexualidade como um fenómeno mórbido: a maioria dos homossexuais é
constituída de cínicos e voluptuosos.
Dr. Ladislau Thot
Condensado do Livro
Psicopatologia Criminal
Condensado por J. Carlos
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