Ministra da Administração Interna pediu que fossem "acionados os procedimentos" para "penalizar" a empresa responsável pela rede de comunicações de emergência
A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, pediu para “iniciar os procedimentos necessários de forma a penalizar” a empresa que desenhou o sistema de comunicação de emergência e segurança, a SIRESP S.A. pelas falhas da rede durante o incêndio que lavrou Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Góis.
O pedido foi feito hoje à secretaria geral do MAI e tem em conta o parecer do escritório de advogados Linklaters, que analisou as normas do contrato firmado entre o Estado e a empresa, disse a ministra há momentos durante a conferência de imprensa. O contrato “não isenta a operadora da responsabilidade de garantir o funcionamento da rede”, disse Constança Urbano de Sousa.
Além disso, a ministra anunciou que pediu “ várias propostas para que, o mais tardar no início de 2018”, a rede funcione “de forma mais eficaz” considerando que hoje é “pouco resiliente”.
Constança Urbano de Sousa fez saber ainda que pediu “esclarecimentos adicionais” sobre algumas das conclusões dos relatórios que já recebeu e que assinou um despacho para “apurar eventuais responsabilidades” nas decisões tomadas na hora do combate às chamas, que podem resultar em processos disciplinares.
A ministra aproveitou ainda a conferência de imprensa para salientar as várias falhas que ocorreram, desde a “falta de coordenação” entre a Autoridade Nacional da Proteção Civil e as restantes autoridades envolvidas no combate ao incêndio que foram “potenciadas” pela escolha do local do posto de comando da Proteção Civil.
“O posto de comando de Pedrógão foi colocado inicialmente onde havia muitas dificuldades de comunicação, não só da rede SIRESP. Só depois o posto de comando acabou por ser deslocado”, lembra Constança Urbano de Sousa.
Além disso, a falta de coordenação e as falhas na comunicação impediram que as evacuações das aldeias e a resposta ao pedido de socorro fossem feitos de forma pouco eficaz.
Ana Petronilho | jornal i
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