quinta-feira, 10 de agosto de 2017

ANGOLA | À margem da campanha

Víctor Carvalho | Jornal de Angola | opinião

No frenesim mediático que resulta do actual período de campanha eleitoral a opinião pública corre o perigo de não ver devidamente salientados assuntos de verdadeiro interesse nacional, que lhe dizem directamente respeito e que revelam importantes avanços que Angola vem conseguindo numa demonstração do seu verdadeiro estado de desenvolvimento, tanto no sector económico como social.

Tão importante como saber o que os partidos políticos acham uns dos outros e quais as promessas que apressadamente fazem na antevéspera das eleições, é sublinhar os ganhos e as conquistas que o país vai averbando e que sustentam todo um trabalho conjunto de uma sociedade que se afirma, cada vez mais, a cada dia que passa.

O anúncio feito esta semana de que, finalmente, vai entrar em funcionamento o cabo submarino que representa um importante virar de página nas comunicações digitais entre Angola e o Mundo, é um motivo de orgulho para todos nós, por nos colocar na linha da frente das novas tecnologias de comunicação.

O início da entrada em funcionamento da Barragem de Laúca, por seu lado, significa para os angolanos um duplo motivo de orgulho. Em primeiro lugar porque, finalmente, se vê concretizada uma obra que ajudará a debelar o nosso actual défice de energia eléctrica e, depois, porque a cerimónia contou com a presença do seu grande mentor: o Presidente José Eduardo dos Santos.

A dignidade deste empreendimento ficou, aliás, ainda mais sublinhada – se assim se pode dizer – pelo facto do Chefe de Estado ter feito questão de ser ele mesmo a presidir à cerimónia de entrada no sistema de produção da importante barragem, uma obra que ele sempre fez questão de apoiar por saber da importância que tem para o futuro do país.

Mas, antes de Laúca e do anúncio da entrada em funcionamento do cabo submarino já Angola tinha motivos de orgulho com o lançamento de um satélite que permitirá aos angolanos aceder, a preços mais baixos, ao que de mais moderno existe em termos de telecomunicações.

Uma outra prova de que o país não parou para assistir à campanha eleitoral nem ficou atrofiado pelas dificuldades são as obras actualmente em curso nas principais estradas nacionais e que, a curto prazo, tornarão mais curtas no tempo e mais cómodas as deslocações por terra entre os diferentes destinos nacionais.

Simultaneamente, tem que ser sublinhada a forma como a banca, com as dificuldades financeiras que se conhecem, tem tido capacidade para garantir os fundos que permitem gerir todos estes projectos e, ao mesmo tempo, manter as taxas de juro estáveis. Também a cotação da moeda nacional tem estado num mesmo nível, quando comparada com as principais divisas estrangeiras.

Todo este esforço nacional, desenvolvido em tempo de crise económica e financeira mundial (é sempre bom recordar e muitos outros casos aqui poderiam ser referidos), só tem sido possível com o empenho e o esforçado envolvimento de uma população que se revê nos apelos que lhe têm sido feitos no sentido de contribuir para tornar Angola um país cada vez melhor para todos os seus filhos, independentemente do partido a que pertencem.

Tudo isto leva-nos à obrigatoriedade de relevar o papel que o Presidente José Eduardo dos Santos tem tido na condução de todo este caminho. Ao mesmo tempo que lidera, de modo exemplar, um processo de transição política em pleno período de campanha eleitoral e que muitos temiam poder ser afectado por algumas resistências, a verdade é que José Eduardo dos Santos continua a ser o fiel depositário da confiança da esmagadora maioria dos angolanos, mesmo com a saída de cena antecipadamente anunciada.

Mas, até ao momento, o facto é que o país ainda não prestou ao Presidente José Eduardo dos Santos a justa homenagem que ele merece. Uma homenagem despida de vestes partidárias, mas que reflicta o sentimento de todos os angolanos que ele serviu com elevado espírito patriótico e com imensos custos para a sua vida pessoal e da sua família.

À margem desta campanha eleitoral é  bom que os angolanos, independentemente do seu partido, prestem um verdadeiro tributo de honra e reconhecimento ao homem e ao político que, ainda muito jovem, colocou o país acima dos seus próprios interesses, que fez da paz e da reconciliação nacional a base para que o país esteja actualmente capacitado para vencer os desafios da crise, tendo as condições criadas para uma tranquila passagem de testemunho. Tudo, com a clara e convicta noção de ter cumprido o seu dever da forma mais nobre.

A forma intransigente como sempre defendeu a democracia e salvaguardou a importância da vida humana, mesmo com décadas de guerra, fazem de José Eduardo dos Santos uma figura incontornável da política mundial.

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