Desde
que a ADASCA teve conhecimento que determinado grupo, organizador de
algumas sessões de colheitas de sangue algures em Aveiro, conseguiu
a bênção do Centro de Sangue e Transplantação de Coimbra para
realizar brigadas em horário dito após laboral, e a posição
daquela associação se
tornou
posição pública, tem sido recebidos alguns e-mails dando a
conhecer a baixeza (para
não dizer miséria)
moral de certos indivíduos.
A
concorrência, segundo dizem nos ditos e-mails é saudável, estamos
de acordo, o que não é nem pode ser saudável é a notória falta
de respeito pelos dadores, com a agravante de que tal grupo nunca
alinhou pela reposição da isenção das taxas moderadoras, nem
sequer para que o Estatuto do Dador de Sangue se torna-se uma
realidade, ou assinando baixos assinados, como ainda deslocações à
Assembleia da República, optaram por ficar à espreita, pelo
comodismo, escolheram fazer um pacto com o silêncio para não
ficarem mal vistos.
Na
nossa opinião os dadores não devem sustentar estes interesses, a
não ser que tenham interesse em sentir-se usados e abusados.
O
texto que segue faz parte integrante da Comunicação apresentada na
VII Convenção Nacional de Dadores de Sangue e Medula Óssea no
pretérito dia 16 do corrente mês na localidade de Guifães, Maia.
-
O que nos diz o Código de Procedimento Administrativo e Lei
Geral do Trabalho na Função Pública
No
artigo 9.º do Código
do Procedimento Administrativo (CPA),
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 4/2015 de 7 de Janeiro, diz-nos que a
«A
Administração Pública deve tratar de forma imparcial aqueles que
com ela entrem em relação, designadamente, considerando com
objectividade todos e apenas os interesses relevantes no contexto
decisório e adotando as soluções organizatórias e procedimentais
indispensáveis à preservação da isenção
administrativa e
à confiança nessa isenção».
A
Lei
Geral do Trabalho na Função Pública,
conhecida por LTFP, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014 de 20 de
junho, dá-nos a conhecer os deveres gerais
de isenção e imparcialidadea
começar pelo Artigo 73.º n.ºs 1 e n.º 2 als. b) e c),
respetivamente:
«1
– O trabalhador está sujeito aos deveres previstos na presente
lei, noutros diplomas legais e regulamentares e no instrumento de
regulamentação colectiva de trabalho que lhe seja aplicável.
2
– São deveres gerais dos trabalhadores:
b)
O dever de isenção;
c)
O dever de imparcialidade;
d)
O dever de informação;
h)
O dever de correção;
4 –
O dever de isenção consiste em não retirar vantagens, diretas ou
indirectas, pecuniárias ou outras, para si ou para terceiro, das
funções que exerce.
5 –
O dever de imparcialidade consiste em desempenhar as funções com
equidistância relativamente aos interesses com que seja confrontado,
sem descriminar positiva ou negativamente qualquer deles, na
perspectiva do respeito pela igualdade dos cidadãos».
“A
opinião pública é a pior de todas as opiniões” assim escreveu
Chamfort, ainda assim, o que assistimos na relação que mantemos com
os Centros Regionais de Sangue e Transplantação? Somos muitas das
vezes tratados sem respeito, ao ponto de nos sentirmos usados e
gozados. É tempo de dizer BASTA.
Os
apelos que são feitos pelo IPST em algumas épocas do ano, com
reflexos de angústia, preocupação, podiam ser evitados, caso o
referido Instituto tivesse em conta as opiniões e sugestões dos
dirigentes associativos, e a cooperação se converte-se numa
realidade. Não é exagero afirmar que o IPST tem o universo de
dadores que merece ter. Analisados os acontecimentos talvez tenha
dadores as mais.
No
nosso País, mesmo em Democracia, há associações de
dadores de sangue de primeira e segunda classe; uns são filhos e
outros são enteados. Claro que numa nação
democrática, tal prerrogativa é uma flagrante injustiça, porque,
contraria a Constituição que nos rege, a qual se opõe a qualquer
discriminação negativa.
Assim
não é possível construir-se uma sociedade moderna que se ambiciona
– uma sociedade mais justa e próspera – sem contrariar posições
e interesses instalados.
Perguntamos: no
IPST não há ninguém interessado em acabar com semelhante
injustiça? Será pedir muito ao Senhor Presidente deste Instituto
Público? Creio que não, basta um pouco de boa vontade.
A
colagem a interesses estranhos, esquisitos, entram-nos pelos olhos
adentro, só lamento que os dadores não abram os olhos, continuem a
deixar-se levar com palmadinhas nas costas. Será que não sabem
distinguir quem lhes quer bem, quem procura fazer tudo para que a
nossa dignidade seja respeitada? Não deixa de ser estranho.
De
vez em quando perguntam-me: “doar sangue no Posto Fixo da ADASCA ou
noutra associação qualquer não é tudo para o mesmo”? É. Mas,
não é tudo o mesmo. Como o Benfica não é o Porto, nem o adepto do
Porto não vai pagar as suas cotas no Benfica.
Esta
comunicação dava pano para mangas. Repito: abram os olhos, e
procurem saber quem está do vosso lado e defendeu reposição da
isenção das taxas moderadoras nos hospitais públicos e não só,
quem dá a cara e os ouvidos por vós enquanto outros se fazem de
“raposas manhosas” para não ficarem mal vistos, fazendo com o
silencio uma pareceria.
Lendo
a edição do CM do dia 12 de Janeiro, página 11deparo-me com um
texto que resulta da leitura de uma sentença pelo juiz Bráulio
Alves contra um funcionário do estado que prevaricou e diz o
seguinte: “Nós, que servimos o estado, temos o dever de isenção,
rigor e disciplina superior ao das outras pessoas”. Faltam estes
atributos a alguns funcionários do CST de Coimbra.
Finalmente,
e por falar do CST de Coimbra é tempo de introduzir outra orgânica
a nível de recursos administrativos, onde o dialogo, a cooperação
e a aproximação se façam sentir como factores motivacionais nas
relações humanas, deixando de ser um centro de promoção de
conflitos como transparece para o exterior.
Esta
foi uma das nossas sérias preocupações que demos conta em reunião
no dia 10 do de Fevereiro do ano em curso com o Chefe de Gabinete,
Dr. Jaime Alves, do Senhor Secretário de Estado Adjunto e da Saúde,
Dr. Fernando Araújo.
Caros
colegas Convencionistas, quem não alinhar com o sistema vigente, é
visto como um persona non grata, a chutar para canto.
“Uma
vez que temos que fazer uma profunda racionalização
do custo/benefício
das sessões de Colheita de Sangue efetuadas por este CSTC” (Abril
26, 2016 6:51am, Dra. Helena Gonçalves, Coordenadora Nacional
do Sangue e Medicina Transfusional) os dadores passaram
a ser vistos como um produto lucrativo.
O custo vs beneficio só se aplica à brigadas a promover pela ADASCA? Os filhos e enteados sustentam-se neste País à conta de quem?
Dividir
para reinar… é o que está dar.
QUEM
NÃO VIVE PARA SERVIR, NÃO SERVE PARA VIVER!
Joaquim
Carlos,
C/Cartão Nacional de Dador de Sangue nº. 128718
Fundador/Presidente
da Direcção da ADASCA
Aveiro,
16 de Setembro de 2017
NB: deste lado sabemos o que queremos para os colegas dadores, que caminho devemos seguir, trabalha-se para acolhermos quem nos procura, sem ponta de fingimento ou interesses mesquinhos.
A ADASCA tem legitimidade jurídica para representar os seus quase 4000 dadores associados, nunca alinhou com decisões de secretaria, envoltas em interesses miseráveis, rasteiros, tendo uma contabilidade fiscalizada pelo ISPT duas vezes ao ano.
A confirmar-se a informação que nos foi transmitida pela Dra. Isabel Lobo, actual Directora do CST de Coimbra, a ADASCA vai no próximo ano de 2018 realizar cerca de 109 sessões colheitas de sangue.
Assim sendo, temos correspondido aos anseios dos colegas dadores, é para isso que a ADASCA existe, foi fundada, e não para alguém andar a tirar proveito indevido de nós.
Abram os olhos! Não deixem de consultar o site www.adasca.pt
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