terça-feira, 21 de novembro de 2017

Português nos EUA recebe compensação de 382 mil euros por discriminação policial

O português Matthew Rodrigues vai receber uma indemnização de 450 mil dólares (cerca de 382 mil euros) por ter sido detido de forma errada durante 11 dias num caso de abuso sexual nos EUA.
O caso aconteceu em abril em West Des Moines, no Estado do Iowa, quando Rodrigues foi detido durante uma festa num hotel pela polícia, que procurava um suspeito mexicano num caso de abuso sexual.
Segundo Rodrigues, quando disse a um dos polícias que era português o agente respondeu "é tudo o mesmo".
"Quando disse o meu nome, ele disse: 'Vês, és mexicano'. Eu disse que não, não era. E ele dizia-me que procurava um mexicano que correspondia à minha descrição", lembrou o português a uma televisão local.
A polícia acusou Rodrigues de abuso sexual e levou-o para a prisão do Condado de Dallas, onde passou 11 dias a convencer as autoridades que era outro homem e que tinha um vídeo que o provava.
"Cada chamada que fazia custava 10 dólares. Gastei 900 dólares em chamadas e comida, tentando que a polícia visse este vídeo, tentando de tudo. Este vídeo era a chave da minha liberdade e demoraram 11 dias para vê-lo", lembra.
Rodrigues foi finalmente libertado e a policia deteve outro homem no mesmo dia, chamado Salvador Pineda Jr., que confessou os crimes de agressão com intenção de abuso sexual.
"Honestamente, é um caso de perfilhamento racial. É a isso que se reduz. Abordaram-me porque acharam que era hispânico. Foi por causa disso. Não devido a qualquer outra coisa", disse.
"Eu e este homem só temos uma coisa em comum: pele morena. É a única coisa que temos em comum", acrescentou.
Rodrigues diz que estavam presentes 13 ou 14 agentes no momento da detenção e isso é o que mais o surpreende.
"O que me espanta é que um erro tão grande foi feito com tantos agentes presentes", disse Rodrigues, que chegou a acordo com a polícia esta semana.
O português vai receber uma indemnização de 450 mil dólares em troca de uma declaração em que garante que foi um caso de "identidade trocada" e abdica do direito de prosseguir o caso judicialmente.
Lusa
Foto: CM

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