segunda-feira, 6 de junho de 2016

Portugal. OS TEMAS QUENTES E OS PONTOS ALTOS DO CONGRESSO SOCIALISTA

O 21.º Congresso Nacional do Partido Socialista terminou ontem depois de três dias de encontro em Lisboa. Recorde os principais momentos:
Recordistas de aplausos

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, manifestou-se de forma clara contra a eventual aplicação de sanções a Portugal por parte da Comissão Europeia e recordou os sacrifícios dos portugueses durante o período de ajustamento, numa intervenção muito aplaudida.

Daniel Adrião fez questão de recordar antigos líderes socialistas e mandar “um forte abraço” a José Sócrates, referência aplaudida por muitos congressistas.

Também António Guterres foi saudado de pé e fortemente aplaudido. "Não podem imaginar as saudades que tinha de aqui estar", disse ao Congresso, motivando nova chuva de palmas.

Alvo de assobios

O eurodeputado socialista Francisco Assis, antigo apoiante de António José Seguro e crítico da estratégia de António Costa, recusou ontem vir a fazer parte dos órgãos nacionais do partido. Condenou ainda o acordo com os partidos da Esquerda e disse que o atual Governo “vive em liberdade muito condicionada”, comentários que não foram bem recebidos. Assis foi alvo de assobios e, no final do discurso, António Costa foi dos poucos a aplaudi-lo.

Defesa do acordo à Esquerda

O presidente do PS Carlos César negou qualquer inflexão à Esquerda, elogiou o "sentido de responsabilidade" de Bloco, PSP e Verdes e defendeu que se os socialistas viabilizassem um Governo PSD/CDS-PP estariam a destruir a governabilidade. Par Manuel Alegre seria “uma traição”.

"Estamos juntos a fazer história", disse o dirigente Pedro Nuno Santos aos partidos da Esquerda, enquanto o deputado Pedro Delgado Alves garantiu que "já não há divergências essenciais com PCP e Bloco".

União Europeia

Para António Costa “não é possível regular as alterações climáticas, regular o comércio internacional, combater o terrorismo, procurar ter um sistema de justiça fiscal que não seja assente nas offshores e no dumping fiscal se não tivermos União Europeia a sério, forte, e com a participação de Portugal".

Por sua vez, Manuel Alegre condenou a política seguida pelas instituições europeias, dizendo que se tornaram "punitivas" e que procuram "confiscar a soberania dos Estados-membros". "Não sou eurocético, mas também não sou eurobeato", disse.

Apoio a Rui Moreira

O primeiro-ministro manifestou de forma implícita a possibilidade dos socialistas apoiarem a recandidatura do independente Rui Moreira à presidência da Câmara Municipal do Porto.

Um desafio à Direita

António Costa evocou a ação do Presidente da República e pediu a aprovação unânime no Parlamento de uma resolução contra a aplicação de sanções a Portugal por parte das instituições europeias, foi um dos pontos políticos mais significativos da sua intervenção.

Defesa do Ministério da Educação

António Costa destacou o ministro da Educação no seu discurso, por enfrentar "lobbies" e Pedro Nuno Santos e Ana Catarina Mendes também reafirmaram a defesa da prioridade da escola pública face aos contratos de associação nos seus discursos.

Autárquicas

Manuel Alegre apelou à vitória do PS nas eleições autárquicas de 2017. Diz que é essencial para evitar "certas tentações".

Segurança Social

Passos Coelho apresentara um projeto de resolução para uma ‘comissão eventual para promover uma reforma estrutural do sistema público de Segurança Social’ no Parlamento e o assunto foi parte integrante dos discursos socialistas.

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, por exemplo, acusou o líder da oposição de fazer uma "manobra de diversão" sobre a sustentabilidade da Segurança Social.

Por sua vez secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e dirigente socialista, Pedro Nuno Santos, afirmou que o PSD "só tem mau serviço para mostrar" em matéria de Segurança Social, instando os sociais-democratas a apresentar propostas.

Costa sai vencedor

A moção do secretário-geral intitulada ‘Cumprir a alternativa, consolidar a esperança’ foi aprovada por uma larga maioria e a lista da direção à Comissão Nacional conseguiu 233 dos 251 lugares, correspondentes a 92,8% dos votos, enquanto a lista encabeçada por Daniel Adrião obteve 18 lugares.

Manifestação dos colégios

Pais e professores concentraram-se à porta da FIL (Feira Internacional de Lisboa), onde decorria o Congresso, e gritaram palavras de ordem não só contra os cortes no financiamento de colégios como contra o Governo.

Uma banda sonora escolhida a dedo

António Guterres foi recebido ao som de Vangelis, o hino das suas campanhas eleitorais para primeiro-ministro.

Já para o filme sobre a história do PS, onde não faltaram Mário Soares, Álvaro Cunhal, José Sócrates e António José Seguro, a música escolhida foi ‘Who Are You?’ (‘Quem és tu’), dos The Who, celebrizada na série CSI Nova Iorque.

Os trabalhos do primeiro dia encerraram ao som da música 'PM's love them' (‘O Primeiro-Ministro ama-os’, tema romântico do ficional primeiro-ministro britânico, interpretado por Hugh Grant, no filme 'O Amor Acontece'.

Carolina Rico – Notícias ao Minuto

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