quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Alterações no IMI geram polémica. "Aumento mal disfarçado de impostos?"

As alterações ao Código do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) foi publicada terça-feira em Diário da República.

Um aumento da ponderação máxima prevista para o coeficiente de "localização e operacionalidade relativas" é a grande mudança nas regras do IMI. Significa isto que dependendo da exposição solar que o seu andar tiver ou da qualidade ambiental da sua habitação, este imposto pode subir ou descer.

E porquê? “Quem mora num último andar e quem mora na cave devem ter a mesma área avaliada da mesma maneira?”, interrogou Rocha Andrade, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, em declarações à Lusa. “Isto é um mecanismo que permite aos proprietários que têm a sua casa injustamente avaliada por cima, porque a lei não tinha em conta suficientemente estes fatores, verem o valor patrimonial reduzido.

Isto potencialmente tanto sobe quanto desce”, sublinhou Rocha Andrade.

Dada a justificação, o secretário de Estado recusa-se a aceitar as acusações do CDS e PSD que uniram forças e afirmaram que este é “um aumento mal disfarçado de impostos”.
Em nome do PSD, António Leitão Amaro defendeu que esta é uma decisão “que não merece apoio” e que o partido de Passos Coelho “é contra este aumento de impostos”.
Permitira que o Governo tivesse optado por baixar e não por aumentar os impostos mas, mais uma vez, tal como aconteceu com os combustíveis, o Governo optou pela pior decisão para os portugueses, para os contribuintes (…) escolhendo aumentar os impostos”, refutou.
Reação semelhante teve a líder do CDS, Assunção Cristas, que escreveu no Facebook “O sol já paga imposto!”, assim como o líder da bancada parlamentar centrista, Nuno Magalhães: “Achamos que se trata de um aumento mal disfarçado de impostos, de um oportunismo político inqualificável”.
Já o Bloco de Esquerda admitiu “ainda não ter posição” mas afirmou “que em teoria parece fazer sentido que uma casa que tem certas características (…) tenha um valor superior a uma casa com características contrárias”, explicou Mariana Mortágua, defendendo uma “justiça fiscal”.
Contudo, em declarações Lusa, o presidente da Associação Lisbonense de Proprietários não hesitou em mostrar o seu descontentamento face a esta proposta, garantido que a mesma “não faz sentido nenhum”.
Ao Notícias ao Minuto fonte do Ministério das Finanças esclareceu que estas alterações só vão ter efeitos práticos quando houver uma avaliação dos prédios e que “a experiência (…) tem demonstrado que existe necessidade de aumentar a amplitude deste coeficiente para que o mesmo contemple (…) o aumento do valor de mercado dos prédios sujeitos a obras de melhoramento”.
Fonte:noticiasaominuto

Comentário: se os buracos financeiros existem e têm que ser tapados, o dinheiro vai ter que ser encontrado em algum lado. Sou dos que acreditam que, se os políticos no termino de cada mandato, fossem chamados a responder perante um Tribunal Superior, a situação do País estaria mais controlada, não deve haver dúvidas sobre isto.
Assim, durante 40 anos o País esteve a ser (des)governado sempre pelos mesmos a saber: PSD, CDS e PS, ainda assim a culpa é sacudida qual lacrau das mãos. A impunidade, as leis elaboradas à medida das conveniências de quem sacou e mentiu ao povo, permite tudo e mais qualquer coisinha.
Valores como a honestidade, verticalidade, bom nome, honra, transparência deixaram de constar na conduta dos políticos. Deixou de haver vergonha, sentido de responsabilidade, pelos actos que praticam. Há cidadãos que tem a tendência de seguir o exemplo dos seus eleitos… só sai-lhes mal.

J. Carlos



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