Na próxima segunda-feira, a humanidade terá consumido a totalidade dos recursos que o planeta é capaz de renovar num ano e passará a viver "a crédito" até 31 de Dezembro - calculou a ONG Global Footprint Network. Todos os anos, este momento chega cada vez mais cedo.
O dia 8 de agosto vai marcar para a Terra, neste ano, o "Earth Overshoot Day" (ou seja, o dia de passar o limite). A partir dessa data, "viveremos a crédito", anunciou a Global Footprint Network, num comunicado conjunto com a World Wildlife Fund (WWF). Para fazer este cálculo, a Global Footprint leva em conta a emissão de gases causadores do efeito estufa, os recursos consumidos pela pesca, pecuária e agricultura, assim como as construções e o uso de água.
Em 2015, o Earth Overshoot Day foi em 13 de agosto. A data "avança inexoravelmente desde os anos 1970" do século passado, afirmam as ONGs. Em 1970, este dia chegou a 23 de dezembro e, desde então, não parou de ser adiantado.
"Para satisfazer nossas necessidades, atualmente precisamos do equivalente a 1,6 planeta" por ano, disseram ambas as organizações. "O custo desse consumo excessivo já é visível: escassez de água, desertificação, erosão do solo, queda da produtividade agrícola e das reservas de peixes, desflorestação, desaparecimento de espécies", lista o comunicado.
"Viver a crédito só pode ser provisório, porque a natureza não é uma jazida, da qual podemos extrair recursos indefinidamente", afirmam.
As emissões de dióxido de carbono (CO2), o principal gás do efeito estufa, são o maior fator desse excesso, visto que representam "60% da nossa pegada ecológica global", afirmam a WWF e a Global Footprint.
Segundo o Relatório Anual sobre o Estado do Clima, um documento publicado esta semana e em cuja elaboração participaram 450 cientistas do mundo inteiro, as emissões de gases causadores do efeito estufa atingiram níveis recordes em 2015.
AFP
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