A greve de professores, que sob a forma de paralisações regionais percorreu todo o país, termina hoje, com a paralisação a afetar no quarto e último dia as escolas do norte e da região autónoma dos Açores.
Segundo a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), a greve registou uma adesão média a rondar os 70%, mas o balanço final é feito hoje à tarde pelo secretário-geral da federação sindical, Mário Nogueira, numa conferência de imprensa no Porto, para a qual promete uma análise aos resultados da greve e das recentes declarações do ministro da Educação sobre a contagem do tempo de serviço congelado aos professores.
A posição do Governo no processo negocial em curso e as declarações do ministro da tutela levaram a Fenprof a dar como garantida uma grande manifestação de docentes no arranque do 3.º período de aulas, a menos que o Governo recue.
A greve tem como principal motivação a falta de consenso sobre a contagem de todo o tempo de serviço, no processo de descongelamento das carreiras da Função Pública.
A tutela admite descongelar dois anos e dez meses de tempo de serviço aos docentes, mas estes não desistem de ver contabilizados os nove anos e quatro meses, embora admitam um processo faseado.
Na terça-feira, em comentário à paralisação dos docentes, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse que a proposta apresentada na segunda-feira aos sindicatos dos professores é a única “passível de execução” e que permite agir com “equidade”, mas lembrou “total abertura negocial”.
“Não podemos por em risco o descongelamento de todos os funcionários públicos”, declarou o ministro, acrescentando que é a única hipótese “sustentável financeiramente” e que dá possibilidade aos docentes de verem “reconstituídos 70% de um módulo de progressão”, que resulta nos dois anos, 10 meses e 18 dias.
“Ir mais longe implicaria necessariamente por em causa o descongelamento de carreiras que aconteceu em janeiro de 2018″, declarou.
A greve foi convocada pelas dez estruturas sindicais de professores que assinaram a declaração de compromisso com o Governo, em novembro, entre as quais as duas federações – Federação Nacional de Educação (FNE) e Fenprof – e oito organizações mais pequenas.
A greve arrancou na terça-feira nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém e na região autónoma da Madeira, concentrou-se na terça-feira na região sul (Évora, Portalegre, Beja e Faro) e chegou na quinta-feira à região centro (Coimbra, Viseu, Aveiro, Leiria, Guarda e Castelo Branco).
A paralisação termina hoje na região norte (Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança) e na região autónoma dos Açores.
Fonte: Lusa
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