O Fisco deixou por cobrar 136,5 milhões
de euros de impostos em 2015, um aumento de 64,4% face a 2014, segundo a Conta
Geral do Estado (CGE) de 2015 divulgada hoje pela Direção-Geral do Orçamento
(DGO).
Do total de impostos que a AT não
conseguiu cobrar, destaca-se o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), com
83,2 milhões de euros, mais 61% face a 2014, seguido do Imposto sobre o
Rendimento de pessoas Singulares (IRS) e do Imposto sobre o Rendimento de pessoas
Coletivas (IRC), respetivamente com 28,1 e 20,7 milhões de euros e crescimentos
face a 2014 de 72,6% e 69,3%.
Na CGE esclarece-se ainda que no
"valor global de prescrição ocorrida e verificada em 2015 -- 136,5 milhões
de euros -- estão englobados 81,8 milhões de euros de dívida que já se
encontrava declarada em falhas".
Segundo o Código de Procedimento e de
Processo Tributário consideram-se declarados em falhas os impostos em que se
verifique, entre outras razões, que não há bens penhoráveis dos devedores, não
se conheça o devedor ou estes se encontrem em parte incerta.
Segundo a CGE "a prescrição de uma
dívida ocorre, regra geral, oito anos após o ano em que se produziu o facto
gerador da obrigação de imposto, ressalvadas que sejam as causas de suspensão e
interrupção do prazo legal".
Segundo o mesmo documento, "o
sistema de cobrança coerciva de dívidas fiscais está dotado de capacidade para
detetar os bens suscetíveis de penhora dos devedores e praticar os atos
legalmente previstos para a sua execução" e que "estes procedimentos
são tendencialmente céleres e executados de forma uniforme e universal".
No entanto, quando se esgota "a
possibilidade de execução de atos tendentes à cobrança da dívida (...)
procede-se à declaração em falhas e posterior prescrição quando se encontrar
esgotado o seu prazo legal de cobrança".
Na CGE é ainda ressalvado que os dados
apresentados são os conhecidos até ao momento "podendo sofrer variações
se, no futuro, os serviços de finanças vierem a constatar que outras dívidas
prescreveram".
Fonte: Lusa
Comentário: estamos perante uma noticia para apanhar pelo rabo os faltosos, a não ser que se trate dos tais que fizeram as leis à sua medida. Os abutres e quebra ossos das finanças nunca deixam de cobrar as dívidas que alegadamente se diz que não receberam.
J. Carlos
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