Um professor de Filosofia foi despedido na Guiné-Equatorial por ter vendido boas notas aos alunos por alguns euros, disse hoje o ministro da Educação, sobre um caso que alerta para os baixos salários dos professores.
"O professor que pediu dinheiro aos alunos em troca de notas foi automaticamente despedido", declarou à televisão do estado o ministro da Educação, Jesus Engonga Ndong, relembrando dois outros casos de venda de notas no país.
"Quando o nosso professor de Filosofia veio fazer-nos a avaliação do fim de ano, fez-nos perguntas de uma matéria que não tínhamos dado. Alguns minutos depois, ele tirou-nos o exame e pediu-nos a cada um 2.000 FCFA (cerca de três euros) para termos a nota que queríamos", explicou à televisão do estado um aluno do liceu Bioko Norte, na capital de Malabo.
O escândalo da venda de notas é conhecido neste pequeno país rico em petróleo, do qual apenas alguns beneficiam, e onde os professores se queixam dos seus salários pequenos.
"É difícil terminar com a venda de notas uma vez que os professores não têm um salário correto: 150.000 FCFA (225 euros) não é nada comparado com o trabalho que nós fazemos", disse à agência francesa France Press Mba Ela, professora de história.
O Presidente Teodoro Obiang Nguema, que lidera o país com mão de ferro desde 1979, é o líder com mais tempo de serviço em África, e a sua família acumulou muita riqueza.
Apesar da exploração de petróleo e de gás terem levado a um Produto Interno Bruto 'per capita' de 29.000 dólares em 2014, os benefícios ainda não se refletiram na maioria das pessoas que vivem numa grande pobreza.
Há apenas dois telefones por cada 100 pessoas, o país tem poucas infraestruturas e os cortes de energia são constantes. A taxa de mortalidade infantil é das piores do mundo.
Lusa, em SIC Notícias – Foto: Amr Dalsh / Reuters
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