O Presidente dos Estados Unidos viaja esta segunda-feira para a Grécia e a Alemanha, numa última visita oficial à Europa antes de ser substituído por Donald Trump.
“Acho que o plano da viagem é dar a todos alguma segurança de que conseguimos sobreviver a esta campanha e vamos conseguir sair bem dela”, disse à AFP Heather Conley, do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington. “Temos apenas um cenário diferente agora”, acrescentou.
Em nome de uma transição pacífica de poder, o Presidente norte-americano, que criticou o candidato republicano durante a campanha, tem agora de tentar tranquilizar os seus homólogos europeus em relação ao futuro da democracia do seu país sob a presidência de Donald Trump, consideram os analistas.
A vitória de Trump contra Hillary Clinton surpreendeu o mundo, já que contrariou as sondagens, e deixou os europeus preocupados.
Trump questionou a relevância de algumas alianças dos Estados Unidos, a começar pela NATO, envolveu em dúvidas o Acordo de Paris sobre o clima, ao classificar o aquecimento global como um “embuste”, e criticou o pacto que Washington e outros cinco países fecharam com o Irão para reduzir o programa nuclear deste país.
A atitude do republicano em relação ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin – que disse considerar “um líder”, “bem mais” que Obama -, causou também preocupação na Europa, especialmente para pequenos países como as nações Balcãs, que vivem na sombra da Rússia.
Muitos países da União Europeia receiam enfrentar um “efeito cascata” depois da vitória do republicano.
“Estão muito preocupados porque as mesmas expressões populistas, nacionalistas” que Trump expôs nos Estados Unidos sobre imigração e comércio podem amplificar as já “muito fortes correntes políticas dentro da Europa”, disse Heather Conley.
A investigadora lembrou que vários países europeus vão realizar em breve eleições, incluindo França, que terá presidenciais na primavera do próximo ano.
Obama deve encontrar-se com o Presidente da Grécia, Prokopis Pavlopoulos, e o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, na terça-feira.
Espera-se que o norte-americano agradeça pela “notável generosidade” do Governo e do povo grego em relação aos milhares de imigrantes que chegaram ao país vindos de África e do Médio Oriente.
/Lusa
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