O presidente eleito dos Estados Unidos declarou que vai nomear, para o Supremo Tribunal, juízes contra o aborto e favoráveis à posse de armas de fogo, em entrevista à cadeia de televisão CBS.
“Os juízes serão antiaborto”, explicou Donald Trump durante a entrevista à cadeia de televisão CBS, difundida no domingo à noite. Ao mesmo tempo, o Presidente eleito garantiu que serão também “muito favoráveis à Segunda Emenda” da Constituição norte-americana, que garante o direito de cada cidadão possuir uma arma de fogo.
Ontem, o republicano já tinha anunciado a nomeação do líder do partido, Reince Priebus, para chefe de gabinete da Casa Branca.
Já o diretor da sua campanha e responsável pelo site conservador Breibart News, Stephen Bannon, foi nomeado conselheiro e chefe de estratégia.
Na mesma entrevista televisiva, Trump decidiu apelar ao manifestantes que estão contra a sua eleição: “Não tenham medo. Vamos restabelecer o nosso país“.
O novo Presidente pediu também “algum tempo” e condenou qualquer agressão contra minorias no país, depois de várias dezenas de casos de agressões terem sido assinalados na sequência da sua vitória nas presidenciais.
“Digo [aos autores destas agressões verbais ou ameaças] que não façam isso, é terrível, porque eu vou reunificar este país”, declarou, voltando-se em seguida para a câmara para dizer “parem”.
No entanto, o magnata já relembrou que vai deportar dois a três milhões de imigrantes ilegais e que a construção do muro na fronteira com o México vai mesmo existir, podendo ser parcialmente substituída por uma cerca.
O 45.º Presidente dos EUA garantiu ainda que não pretende recuar no princípio do casamento homossexual, considerando a questão fechada. “Isso já não é atualidade, porque já foi decidido. É lei… acabou”, declarou o magnata do setor imobiliário.
Donald Trump, cuja fortuna pessoal foi estimada, no início de outubro, em 3,7 mil milhões de dólares, pela revista norte-americana Forbes, anunciou que vai renunciar ao salário anual de 400 mil dólares do cargo de presidente dos Estados Unidos.
“Não vou receber o salário. Não vou”, disse na entrevista ao programa “60 minutes” da CBS, confirmando uma promessa feita num vídeo de campanha, em setembro. “Penso que, por lei, só tenho de receber um dólar, por isso receberei um dólar por ano”, afirmou.
Trump reconsidera investigação a Clinton
O Presidente eleito disse ainda que está a reconsiderar a ideia de nomear um procurador especial para investigar Hillary Clinton pelo caso dos emails, porque não quer prejudicar a antiga rival nem o marido, Bill Clinton.
“Vou pensar nisso. Não quero prejudicá-los“, declarou. “Quero concentrar-me nos empregos, nos cuidados de saúde, quero concentrar-me na fronteira e na imigração, e fazer um projeto de lei sobre imigração que seja realmente bom. Queremos ter uma boa lei de imigração”, disse, enumerando as prioridades do seu futuro Governo.
No entanto, Trump considerou que Hillary “fez coisas muito más” ao usar servidores de correio eletrónico privados para tratar de assuntos oficiais quando era secretária de Estado (2009-2013), o que fez com que fosse investigada pelo FBI, que acabou por considerar não haver matéria para avançar com acusações.
O diretor do FBI, James Comey, a 11 dias das eleições, anunciou novas investigações a Clinton, que foram fechadas dois dias antes da votação sem que fosse descoberto qualquer elemento incriminatório.
Questionado sobre Comey, Trump disse que o “respeita muito” e assegurou que ainda não tomou uma decisão sobre o cargo que este ocupa.
O cargo de diretor do FBI é independente do resultado das eleições e se o novo Presidente o desejar, Comey pode continuar a ocupar a posição.
ZAP / Lusa
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