Bom dia,
A super-Lua deu-nos uma noite de cabeça no ar - e fotografias lindíssimas que milhares partilharam nas redes sociais. Ao PÚBLICO chegaram umas tantas, daqui e de outros pontos do mundo, que decidimos partilhar consigo para começar o dia a cantar Sinatra: "Fly me to the moon, let me play among the stars".
O túnel de Alvalade mostrou-nos o futebol abaixo da terra. As primeiras imagens da zaragata entre os presidentes do Sporting e do Arouca, há semana e meia, mostram um a começar uma discussão e outro a responder com... enfim, verá aqui. E, noite fora, os dois clubes fizeram da discussão um prolongamento.
Um ministro russo foi detido por suspeitas de corrupção. Alexei Ulyukayev terá recebido dois milhões de dólares uma avaliação que abriu portas a negócio entre empresas petrolíferas.
Putin e Trump falaram ao telefone, prometendo uma "cooperação construtiva" - mas a ordem dos primeiros telefonemas internacional do Presidente eleito já está a causar estranheza. Noite fora, foi Obama quem tentou tranquilizar o mundo, garantindo que Trump se comprometeu com a NATO na conversa da Casa Branca.
A notícia do dia
Passa ainda por Donald Trump. Eis porquê:
- Pelas primeiras nomeações de Trump, procurando o equilíbrio entre o Partido Republicano tradicional e o movimento populista, geraram críticas e preocupações, até entre os media mais tradicionais e conservadores. Sobretudo por ter escolhido Stephen Bannon para conselheiro, uma figura tão sinistra como perigosa - a avaliar pelo seu discurso e pelo seu percurso. Mas também pela incógnita que é Steven Mnuchin, o nome mais provável para a Finanças, um homem que andou pela Goldman e por... Hollywood. Mais natural será a sua opção para chefe de gabinete, o conciliador Reince Priebus. A dúvida ficou: a extrema-direita vai falar ao ouvido do Presidente dos EUA?
- Mas Trump, também, pelas reacções que temos visto nos mercados. Ontem, os juros da dívida subiram todos, empurrando Portugal para território mais perigoso, como explica bem o Negócios de hoje; Vítor Constâncio deu voz à preocupação do BCE com que aí vem; enquanto nas bolsas, o efeito Trump é visível: as tecnológicas afundam, a indústria tradicional dispara;
- Nesta fase, o grande risco é o de uma guerra comercial, alertam os economistas consultados pelo Wall Street Journal. O economista Ruchir Sharma, num notável artigo no NY Times, acrescenta outro maior: o das economias se fecharem.
Por cá, anote o artigo do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, hoje no Público. Na linha de Sampaio, diz o ministro que é urgente recuperar "as alternativas ao centro". Aqui está o artigo completo- e aqui à frente uma síntese:
- "A sucessão de atos eleitorais desde as últimas eleições para o Parlamento Europeu, evidenciam um padrão muito perturbador."
- "A emoção tende a prevalecer, levando as pessoas a quedar-se pela expressão radical do protesto e desarmando-as face aos demagogos."
- "Os mecanismos de racionalização do debate público e escrutínio da informação caíram numa profunda crise, permitindo campanhas políticas vitoriosas fundadas no preconceito e na mentira."
- "As similitudes com a atmosfera europeia dos anos de 1920 e 30 são flagrantes, com a mesma confusão de valores, a mesma incapacidade de valorizar as alternativas ao centro, o mesmo desprezo pela convivência pacífica, a mesma pulsão extremista, a mesma busca de um qualquer grupo que possa expiar todas as culpas".
- "A verdade é que, hoje, ninguém pode descartar o pior cenário – que na Europa significaria o triunfo da retração nacionalista e a hegemonia do populismo."
Hard news
A Caixa, again & again: a Associação Transparência e Integridade acusa “o Governo de não ser transparente” e quer ver umas dúvidas esclarecidas; nós publicámos também as perguntas a que o Governo nunca nos respondeu(porque não dar respostas é, em si mesmo, uma resposta); quanto a António Domingues, vai trocar impressões com o TC, mas não entregar a declaração.
O Fisco deu ordem para acelerar a cobrança de impostos em falta. É a nossa manchete de hoje e está aqui explicada.
A UGT desafia Costa a rever o acordo com o Bloco, fazendo crescer menos o salário mínimo. A notícia é da Raquel Martins, que fez uma pequena entrevista a Correia de Campos: "Seria um erro muito grande cada um ficar encolhido no seu canto", diz o presidente do Conselho Económico e Social. O braço-de-ferro entre Governo e parceiros está assim.
O Estado deve dinheiro de manuais escolares a famílias carenciadas, noticia o DN. E a Fenprof quer integrar já 21 mil nos quadros do Ministério.
Assunção Cristas já pede votos em Lisboa - e ontem admitiu que "seria diferente" se tivesse apoio do PSD. Vai na volta....
O PSD está de luto - e o Porto também. A morte de Miguel Veiga, o homem que trocou o Governo pela sua cidade, mereceu textos belíssimos de Francisco Pinto Balsemão, Artur Santos Silva e Paulo Rangel.
Outra informação útil
Uma entrevista com a Airbnb. A Ana Rute Silva falou com Patrick Robinson, director de Políticas Públicas da Airbnb, que lhe disse que a grande mudança virá quando a controvérsia sobre estas plataformas acabar. Hoje, a Airbnb tem "quase 100 regras diferentes em todo o mundo" para seguir.
O imposto sobre o gasóleo vai descer... 1 cêntimo (diga "obrigado").
O Governo quer acabar com os "cobradores do fraque" e deixar a tarefa para outros profissionais, diz o Negócios.
Vem aí o Novo Atlas da Língua Portuguesa - e traz dados surpreendentes.
Hoje acontece
O INE vai dizer-nos como cresceu a economia no terceiro trimestre, ainda uma estimativa rápida. Se quiser comparar com as expectativas, pode usar isto como barómetro. Da Alemanha, esta manhã, não vieram os melhores sinais.
António Costa faz caminho a Marraquexe, para participar na cimeira do Clima...
... Enquanto o seu ministro da Educação é ouvido na Assembleia sobre o orçamento do sector para 2015
Barack Obama vem despedir-se da Europa: o seu último périplo já começou na Grécia e termina na Alemanha - mas não será tão tranquilo como Obama pensou.
Só mais um minuto
Porque da América não vêm só más notícias, aí está o regresso de Philip Roth. A Isabel Lucas fala-nos do novo romance, mas também da biblioteca que ele doou à sua cidade Natal e de Zadie Smith, a escritora que a inaugurou com uma palestra sem complexo de Portnoy.
Boas notícias também de Paris: um ano depois, as fotos dos locais dos atentados são um respirar de alívio.
Para respirar fundo, antes de começar o dia, o melhor é sentar-se e beber um café. Se tiver como, passe por um dos cafés históricos: eles contam como ninguém a história da vida em Portugal - e agora contam-na num belo livro.
Eu, por aqui, vou seguir o exemplo e preparar-me para a segunda etapa do dia. Desejo-lhe um dia bom, ainda na companhia da Super-Lua, mas também na nossa companhia. E vá cantando Sinatra, sabe sempre bem: "Fill my heart with song and let me sing for ever more..."
Até já!
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