terça-feira, 27 de novembro de 2018

Os Caminhos do Cinema Português lamentam que alguns filmes não tenham sido exibidos nas condições ideais

Os Caminhos do Cinema Português lamentam que alguns filmes não tenham sido exibidos nas condições ideais e que o espetador não tenha tido a experiência desejada, no entanto, estamos a fazer de tudo para que possam vivenciar as obras tal e qual elas são e como elas foram idealizadas.
Infelizmente, não tivemos outra alternativa a não ser ter de utilizar os espaços das sessões para despistar os possíveis problemas técnicos, que foram surgindo devido a diversas situações como a exibição a partir de disco mecânico, a exibição a partir de SSD com incremento da largura de banda disponível, desligar a placa de som virtual DANTE que fazia o 5.1 digital, a exibição Stereo usando placa de som Focusrite Scarlett 2i2 e a exibição usando o reprodutor de multimédia VLC. Chegado a este passo final, detetámos que era este aplicativo que não conseguia descodificar em tempo real e de forma sincrónica a relação áudio e imagem que compõe os filmes. Face a isto tomámos opção por outra solução técnica que está a permitir que os filmes sejam exibidos nas melhores condições possíveis, com som digital 5.1, sem evidência dos problemas detetados. Assim estarão salvaguardadas as mencionadas falhas que afetaram nomeadamente, a exibição dos filmes “Caminhos Magnétykos”, “Madness” e “Pele de Luz”.
Antes de tudo as nossas desculpas ao público, bem como aos criadores, Edgar Pêra, João Viana e André Guiomar, respetivamente, e a todos os envolvidos na produção das obras mencionadas
É apanágio do festival ser um palco que permita o acesso à cultura cinematográfica nacional nas melhores condições. Assim, lamentamos ter falhado e tudo faremos para não falhar novamente. De forma a minorar a experiência dos nossos espectadores informamos que  os filmes “Pele de Luz” e “Madness” serão repostos no dia 1 de dezembro às 17:30 no TAGV e, que amanhã, dia 27 de novembro, às 22h haverá reposição do “Caminhos Magnétykos” no NOS Alma Shopping às 22:00. Todos os espectadores que tiveram esta má experiência terão acesso a estas reposições.

Esperamos que continuem a Caminhar connosco.
A Direção
João R. Pais

MasterSessions procuram formar e interagir com os públicos

Ensinar, consumir e debater são os três pilares das MasterSessionsoferecidas nesta que é a XXIV edição dos Caminhos do Cinema Português. Com a co-organização do Laboratório de Investigação e Práticas Artísticas da Universidade de Coimbra (LIPA/UC) vai decorrer nos dias 26, 28 e 30 de novembro, pelas 18 horas, na Sala de Carvão, três sessões com temáticas em torno dos eixos curatorais da programação.
A primeira sessão agendada para 26 de novembro apresenta como tema “A representação da crise no cinema português nos festivais de cinema europeus”. Pela voz de Filipa Reis, diretora de cinema; Paulo Cunha, professor, investigador e programador; e Saúl Rafael, responsável pela equipa de Marketing Cinematográfico da NOS Lusomundo Audiovisuais vai debater-se de que forma o sentimento de crise económica e social tem marcado a cultura portuguesa dos últimos dois séculos é o objetivo desta primeira mesa.
“Novas propostas formais no cinema contemporâneo” é o tema da segunda mesa proposta para o dia 28 de novembro. Discutir e refletir sobre o cinema “experimental” é o desafio colocado a Alexandre Oliveira, produtor da Ar de Filmes; Ana Isabel Soares, professora da Universidade do Algarve e Fausto Cruchinho Pereira, professor da Universidade de Coimbra.
Para encerrar a programação apresentada na iniciativa MasterSessions, João Gomes de Almeida, publicitário e cronista; Jorge Pelicano, realizador e Luís Filipe Menezes, Vice-Reitor da Universidade de Coimbra para a Cultura e o Turismo, conversam sobre o modo como o produto cinematográfico português pode ser valorizado pelo crescente intercâmbio internacional. “O valor de uma marca do/no Cinema Português” é o tema desta última sessão.
Sérgio Dias Branco, professor auxiliar de Estudos Fílmicos na Universidade de Coimbra, coordenador da área de Estudos Fílmicos, vai moderar estes três debates que acima de tudo procuram promover a conversa e interação com os públicos.
A presença nas Mastersessions será certificada a todos os interessados. A entrada é livre.

Antevisão do dia 26 de Novembro

Com a chegada do terceiro dia do Caminhos do Cinema Português chegam também três dinâmicos blocos de cinema cujas obras apresentadas se interligam. No primeiro serão exibidos Sombra Luminosa, de Francisco Queimadela e Mariana Caló, Quantas Vezes tem Sonhado Comigo?, de Júlia Buísel e O Homem Pykante – Diálogos Kom Pimenta, de Edgar Pêra num registo que aproxima o homem e a sua obra ou, mais concretamente, do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, os pensamentos e os espaços de Fernando Pessoa e finalmente a poesia de Alberto Pimenta.
Num segundo bloco, os Caminhos apresentam um conjunto de obras centradas em tempos idos – pela sua componente artística ou mesmo pela abordagem os tempos pré-25 de Abril com as obras Entre Sombras, de Alice Eça Guimarães e Mónica Santos, Nevoeiro, de Daniel Veloso e ainda A Casa, de Rui Simões.
Finalmente, no último bloco da competição oficial, exibido no Teatro Académico Gil Vicente, a temática das obras apresentadas prende-se com o indivíduo e a comunidade explorando momentos de um interior profundo através da animação, a perspectiva singular de alguém pertencente ao Bairro do Aleixo e, finalmente um membro de uma comunidade piscatóra e a sua próxima relação com o rio e com a terra nas obras Agouro, de Vasco Sá e David Doutel, Russa, de João Salaviza e Ricardo Alves Jr. e Terra Franca, de Leonor Teles.
vídeo ©Caminhos do Cinema Português


26 de Novembro

Selecção Caminhos

Teatro Académico de Gil Vicente
15:00 Juvenis
Sombra Luminosa , de Francisco Queimadela, Mariana Caló
Curta Ficção, 0:22:00
Produção:
Subtitles: English

Curta Ficção, 0:17:47
Produção: Real Ficção
Subtitles: English

O Homem-Pykante, de Edgar Pêra
Longa Doc, 1:15:00
Produção: Bando à Parte
Subtitles: English
17:30
Entre Sombras, de Mónica Santos, Alice Guimarães
Animação, 0:13:25
Produção: Animais AVPL
Subtitles: English

Nevoeiro, de Daniel Veleoso
Curta Ficção, 0:15:00
Produção: terratreme filmes

A Casa, de Rui Simões
Longa Doc, 1:18:00
Produção: Real Ficção
Subtitles: English
21:45
Agouro, de David Doutel, Vasco Sá
Animação, 0:15:00
Produção: Bando à Parte
Subtitles: English

Russa, de João Salaviza, Ricardo Alves Jr.
Curta Ficção, 0:19:57
Produção: KARÕ FILMES
Subtitles: English

Terra Franca, de Leonor Teles
Longa Doc, 1:20:00
Produção: Uma Pedra No Sapato
Subtitles: English

Selecção Ensaios

Cinemas NOS Alma Shopping
17:30
Sou, de Miguel Saraiva Braga
Curta Doc, 0:13:02
Produção: World Academy
Subtitles: English

Rabo Negro, de Tiago Silva
Curta Doc, 0:25:49
Produção: ESAD.CR
Subtitles: English

Histórias de Lobos, de Agnes Meng
Curta Documentario, 0:22:27
Produção: DocNomads/Lusofona
Subtitles: English

Back Home, de Haruka Motohashi
Curta Documentário, 0:12:50
Produção: The City of New York

Laura, de Guilherme Franco
Curta ficção, 0:16:00
Produção: Universidade de Coimbra
Subtitles: English

24 Memórias Por Segundo, de Carlos Miranda
Curta Documentario, 0:20:33
Produção: Kino-Doc
Subtitles: English

The War of the Worlds, de Roberto Garcia
Curta Experiemntal, 0:02:10
Produção: Tecnologico de Monterrey
Subtitles: Português

Mariposas, de Adrian Carey
Curta Ficção, 0:03:00
Produção: Airebedd Productions/ New York University Tisch
Subtitles: English

Caminhos Mundiais


Mini-Auditório Salgado Zenha
22:00
Trauma Industries, de Jethro Massey
Curta Ficção, 0:13:00
Produção: Local Films, França
Subtitles: No

From On High, de Dawn Westlake
Curta Ficção, 0:07:43
Produção: Ron de Cana Productions, EUA
Subtitles: Português

Hijos de la revolucion, de Luciana Sérvulo da Cunha
Longa Doc, 1:36:00
Produção: Bharati Filmes, Brasil
Subtitles: English

Outros Olhares


Mini-Auditório Salgado Zenha
17:30
The art of losing, de Cristina Ferreira Gomes
Curta Exp, 0:39:34
Produção: Mares do Sul
Subtitles: No Dialogs

my hands are never empty, de Miguel Munhá
Longa Doc, 1:16:00
Produção: DuplaCena
Subtitles: English

Selecção das Competições

Cinemas NOS Alma Shopping
22:00
Amantes na Fronteira, de Atsushi Funahashi
Longa Ficção, 2:18:00
Produção: Bando à Parte
Subtitles: English

MasterSession

“A representação da crise no cinema português nos festivais de cinema europeus”

Cerimónia de abertura dos 24 Caminhos: da comédia ao drama

Nesta primeira noite da 24ª Edição de “Caminhos do Cinema Português”, o ponto de encontro foi o Teatro Académico Gil Vicente (TAGV). Com as portas abertas ao público, não demorou muito até que a multidão começasse a convergir para o que seria o início de um belo serão. De estudantes a profissionais, dos mais curiosos aos mais experientes, o festival acolheu, de braços abertos, cinéfilos de todas as idades. Da mesma forma, a sétima arte viria, como se percebeu pelo ambiente vivido, a ser acarinhada por todos os seus amantes que por cá passaram. Acabada de chegar à cidade dos estudantes, sua velha conhecida de edições anteriores, a magia do cinema português voltou a fazer-se notar.
Uma vez na sala de espetáculos, o público foi presenteado com um belo número de luzes realizado por Hikarium. A cargo de Carolina Santos e Diogo Carvalho, seguiu-se uma breve apresentação do Caminhos, prémios e seus apoiantes. Por último, mas não menos importante, o discurso do diretor, Vitor Ferreira, e do vice-diretor Tiago Santos. Sem grandes delongas, as palavras de ambos fizeram-se ouvir por uma plateia entusiasmada. Após agradecimentos aos (muitos) apoios e algumas (fortes) críticas à forma como o Festival é visto pela Câmara Municipal de Coimbra, a sessão por que todos esperavam pôde finalmente ter início. 
Os Caminhos abriram com a curta-metragem “Como Fernando Pessoa salvou Portugal”, da autoria de Eugéne Green. Alternando entre comédia e alguma realidade, o filme conta a história de Fernando Pessoa e da oportunidade que viria a mudar a sua vida. A recém importada bebida “Coca-Louca” necessitava de um slogan. O patrão de Fernando, conhecedor das capacidades literárias do empregado, encarrega-o de criar a frase que faria do produto um bem muito desejado pelo consumidor. Contudo, Pessoa não conseguiu estar à altura da tarefa e esta acabou por recair sobre Álvaro de Campos.

“Primeiro estranha-se, depois entranha-se” – não havia como falhar. A frase foi um sucesso. Porém, nem todos estavam satisfeitos. O Governo de Portugal acreditava tratar-se de uma bebida do Diabo e apressou-se a proibi-la na nossa nação. Com isto, é emitido um mandato de captura para Álvaro de Campos, tamanha era a afronta ao seu berço. Fernando Pessoa, por outro lado, tornou-se um herói. Como? Terá de ver o filme para descobrir.
A segunda parte desta sessão da noite contou com a apresentação do filme “Caminhos Magnétykos”. Baseado na obra de Branquinho da Fonseca, foi Edgar Pêra o responsável pela adaptação cinematográfica. A premissa do filme é simples. Num futuro não muito distante, está instaurado em Portugal um governo fascista, eleito democraticamente, que sofre contínuos “ataques” por parte de quem se opõe ao regime. Edgar Pêra afirma ter começado a pensar no filme há vários anos e acrescenta ainda que “na altura, a ideia era criar um filme de ficção-científica”. Contudo, “12 anos depois, com a ascensão de forças fundamentalistas pelo mundo inteiro, a história é quase hiper-realista.”
Dominique Pinon, ator francês que interpreta Raymond, a personagem principal, afirma ter sido um filme muito difícil de representar. Porém, não esconde a admiração que tem pelo realizador. “Se o filme foi tão fisicamente exigente, foi devido à criatividade poética que Edgar deu à história”.
Após uma exibição que deixou o público feliz por ter passado a porta do TAGV, a equipa técnica esteve disponível para responder a algumas perguntas. O realizador, ao ser questionado sobre a mensagem que pretende passar com o filme, rematou com “prefiro antes saber a sua opinião, é mais interessante”. Num discurso bem conseguido, o Edgar Pêra deixou uma última mensagem a todos aqueles que iniciam agora a sua aventura por estes caminhos: “Filmes são imagens e sons que despertam sensações diferentes em cada um de nós, a forma como nos tocam é indizível”.

Por: Francisco Madaíl

Caminhos film festival
rua padre antónio vieira
ed. aac 1.º piso
3000 - 315 coimbra
portugal



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