LITORAL CENTRO - COMUNICAÇÃO E IMAGEM : 360º - O que já se sabe da tragédia da Madeira: uma guerra de árvores, dúvidas e contradições; Trump a dividir culpas racistas; e o empate do Sporting

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

360º - O que já se sabe da tragédia da Madeira: uma guerra de árvores, dúvidas e contradições; Trump a dividir culpas racistas; e o empate do Sporting

Enquanto dormia...

... sete dos 49 feridos da tragédia provocada pela queda de uma árvores na Madeira continuam internados em estado grave. Dois deles são crianças. O hospital acaba de fazer o ponto da situação sobre o acidente que ontem provocou 13 mortos, cujas identidades já são conhecidas. Eis para já o que se sabe e o que não se sabe do caso que assombrou a festa da Senhora do Monte no dia de Assunção de Maria: há uma guerra de árvores, várias dúvidas e muitas contradições.

Da tarde e noite de ontem fica o resumo do que publicámos:

Começo pelos testemunhos de quem assistiu à queda da árvore antes da procissão pela qual esperavam centenas de fiéis: "Havia pessoas entre os galhos, de pé, outras esmagadas".
Mas que árvore caiu afinal? E estava ou não em risco? Os moradores falam em queixas há 14 anos sobre os plátanos da Srª do Monte e a junta de freguesia diz que tinha alertado a câmara a última vez a 5 de julho. Mas o presidente da autarquia, Paulo Cafôfo, desmente e garante que a árvore era um carvalho não sinalizado, pertencente um privado.
Fica também o minuto a minuto em que seguimos a tragédia desde a tarde de ontem incluindo o abraço solidário que Marcelo levou às vítimas, interrompendo as férias.
Tem ainda as fotos e o filme do pânico no largo da Fonte e o vídeo da queda da árvore que foi transmitido em direto no Facebook.
Para recordar, lembrámos as outras tragédias da Madeira, das enxurradas aos fogos, até à queda da palmeira que em 2010 matou duas pessoas e acabou com condenações.
Mas que festa é esta, a que acorrem madeirenses de todo o mundo para celebrar a santa padroeira da ilha? Saiba que a romaria da Srª do Monte tem mais de 500 anos e envolve três lendas.

Das outras notícias da manhã, a maior novidade vai para o novo nome da TAP, que se voltará a chamar Air Portugal a 14 de setembro, segundo o Jornal de Negócios. No DN, o destaque vai para as pressões que Bloco e PCP estão a fazer junto do Governo para acabar com os cortes no subsídio de desemprego. Já oPúblico traz em manchete um dossier com os vários ramos da investigação à PT e aos seus gestores por gestão danosa, com pormenores de bastidores e de reuniões secretas.

Outra informação importante

Nos incêndios, o ponto da situação também se mantém trágico. Depois do grande fogo na Serra da Gardunha e no Fundão, Castelo Branco teve de activar o seu

plano de emergência municipal. Esta manhã ainda há oito grandes fogos em curso. António Costa, entre apresentações autárquicas, continua a criticar o "aproveitamento político das tragédias".

Trágica é também mais uma reação de Trump aos incidentes de Charlottesville. Depois de ter criticados os grupos nazis e supremacistas, agora disse que houve culpas dos "dois lados" ("e então a alt-left que carregou sobre a alt-right, tem algum tipo de culpa?"), aumentando uma polémica que já o fez perder seis conselheiros. A análise do New York Times é demolidora (diz que Trump legitima os grupos racistas) e o fact check ao papel da 'alt-left' na marcha da Virginia também não deixa dúvidas (o Presidente está a mentir). Guterres decidiu usar também o Twitter para condenar a xenofobia.

E há mais uma dor de cabeça para Trump (e para o mundo). O Irão ameaça sair do acordo nuclear caso os Estados Unidos continuem com a sua política de "sanções e coerção".

Na frente Coreia do Norte, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, voltou a dizer que os EUA querem dialogar com Pyongyang. E Kim Jon-un respondeu afirmando que vai esperar para ver "o que fazem os tolos dos ianques" antes de agir.

A guerra contra os turistas em Barcelona levou a autarquia a decretar "tolerância zero". Já foramfechados 2.332 apartamentos sem licença para arrendamento temporário. Por iniciativa própria, a Airbnb fechou mil das suas ofertas.

Na Serra Leoa há uma tragédia em curso: as enxurradas já fizeram mais de 300 mortos e 600 desaparecidos.

Um Sporting sem ideias não foi além de um empate sem golosfrente a um Steua de Bucareste reduzido a 10 na primeira mão do playoff da Liga dos Campeões. Foi um bluff falhado de Jesus que o obriga a discutir a eliminatória (e os milhões da prova) na Roménia, escreve o Bruno Roseiro. Mas vai ser preciso contrariar a história (ora veja porquê).

Em Espanha, joga-se hoje a segunda mão da Supertaça entre Real Madrid e Barcelona. Zidane mostrou-se "muito incomodado" com a suspensão de cinco jogos com que Ronaldo foi castigado depois do empurrão ao árbitro no jogo em Camp Nou. Ronaldo que vai disputar o título de "jogador do ano" da UEFA com Messi e Buffon.

A Volta a Portugal terminou com a vitória de um espanhol. Raúl Alarcón, agora conhecido como a Máquina, andou a lavar carros antes do ciclismo. Mas não foi só ele quem deu o primeiro triunfo à W52 FC Porto.

Os nossos especiais

Houve pelo menos um português em Pearl Harbour. Em 1942, Charles Trindade foi para os EUA para ser um self-made man, mas acabou a combater os japoneses na II Guerra Mundial. Aos 94 anos, contou ao João de Almeida Dias como via os kamikazes de perto e como fazia gelado.

Do passado para o presente, já é possível aplicar a tecnologia do espaço na Terra. A Cristiana Faria Moreira foi ver como o fazem cinco startups portuguesas que calculam a qualidade do ar, localizam animais ou medem tacadas de golfe.

A nossa opinião

Maria João Avillez escreve mais uma crónica de verão: "Mas a quem preocupa hoje o esmorecimento do modelo tradicional familiar se ele é propagado como tendo passado de moda, saído de linha, estar “descontinuado”?".
Maria João Marques escreve sobre Trump e os paralelismos portugueses: "Os trumpistas do lado esquerdo poderão continuar a chamar racista sem medo do ridículo, nem percebem que a gritaria de ‘racista’ os faz parecer maluquinhos quando o visado é casado com uma guineense".
Luís Aguiar-Conraria escreve sobre o PSD: "Agora, à homofobia, juntam o racismo e a xenofobia. Nunca o PSD desceu tanto e fê-lo com Passos Coelho na liderança".
Rui Ramos escreve sobre as declarações do ministro da Agricultura: "O país teria agradecido se o Dr. Capoulas tivesse garantido duas coisas simples: a aplicação das leis já existentes e a responsabilização dos faltosos. Mas o ministro prefere rivalizar com D. Dinis".
Paulo Trigo Pereira escreve sobre os desafios e riscos de Portugal ate 2019: "O horizonte adequado de governação são duas legislaturas ou mesmo uma década, até porque os problemas de que padece o país não se resolvem numa legislatura. Esta é apenas uma legislatura de transição".
Laurinda Alves escreve sobre o stress das férias: "Há clássicos eternos que podem ser evitados ou, pelo menos, minimizados se as prioridades forem bem geridas em férias. Nomeadamente se formos capazes de desligar telemóveis e computadores".
Paulo Sande escreve sobre os incidentes em Charlottesville: "Cada vez mais pessoas, em mais países, e Portugal não é excepção, adoptam a retórica da “gente como nós”. Uma sigla, em português, resume o fenómeno: são “gcn”, ou, inversamente, não são como nós".

Notícias surpreendentes

Hoje começa o festival de Paredes de Coura. A Sara Otto Coelho detalhou o programa das festas: saiba como chegar, o que fazer, onde ficar e, claro, o que ouvir.

Há precisamente 40 anos, a notícia da morte súbita de Elvis Presley correu mundo e lançou em desespero milhões de fãs. Ficam dez canções para homenagear o "Rei" que se tornou um mito.

Nas habituais sugestões de férias, deixo-lhe um guia de viagens por Nantes: uma cidade histórica onde um elefante mecânico é rei.

Uma curiosidade: conhece aqueles símbolos eletrónicos que usamos todos os dias? Sabe a sua origem? Da arroba, ao play, alguns vêm da II Guerra Mundial e todos têm uma história.

Outra curiosidade, ou melhor, 30. São invenções japonesasque incluem guarda-chuvas com aproveitamento de água e almofadas para todos os gostos.

Depois destas notas mais leves, volto ao tema do dia. O Observador vai continuar a acompanhar a nova tragédia na Madeira ao longo desta quarta-feira, com reportagens da Rita Ferreira. Passe por cá, e encontrará também todo o resto da atualidade

Depois de um feriado triste, desejo-lhe uma quarta-feira mais feliz