O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, disse no passado dia 11 de agosto que o Governo vai investir mais de 43 milhões de euros em obras de recursos hídricos no rio Mondego, na barrinha de Mira e na Ria de Aveiro.
Intervindo na sessão de consignação da obra de desassoreamento do rio Mondego junto à cidade de Coimbra - intervenção orçada em cerca de quatro milhões de euros - João Matos Fernandes frisou que aquela é uma das cinco intervenções calendarizadas para o Mondego, que no total ascendem a 19 milhões de euros.
A obra hoje consignada, assumida pela autarquia de Coimbra "que assumiu o risco" em colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) - que a financia em 85% com verbas do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) - pretende repor o leito do rio em níveis próximos de 1985 (há 32 anos), altura em que foi construído o Açude-Ponte de Coimbra, onde a cerimónia decorreu.
A intervenção prevê a retirada de cerca de 700 mil metros cúbicos de sedimentos do rio, numa extensão de 3,5 km, para prevenir a ocorrência de cheias em meio urbano.
As restantes empreitadas incluem a requalificação do muro de proteção da margem direita, numa extensão de cerca de um quilómetro, que passará a possibilitar que os cidadãos possam usufruir do rio "sem prejudicar em nada a capacidade de proteger as zonas urbanas das cheias".
A jusante do Açude-Ponte, já em direção aos concelhos de Montemor-o-Velho e Figueira da Foz, a limpeza dos leitos periféricos do Mondego "vai ser adjudicada em setembro e as obras vão começar, garantidamente, este ano" e a reconstrução de diques verá o concurso lançado também em setembro, assegurou o ministro.
Para além de Coimbra, João Matos Fernandes disse que a atenção do ministério do Ambiente na região Centro também se estende ao município de Mira e à Ria de Aveiro "na melhoria de recursos hídricos para criar condições de maior fruição e maior qualidade ambiental".
O desassoreamento da barrinha de Mira, orçado em 650 mil euros, já foi consignado e "só não começou ainda para não perturbar a época balnear".
A intervenção de desassoreamento na ria de Aveiro, orçada em 23,5 milhões de euros, é o maior dos três investimentos e o concurso será lançado após o verão, depois de solicitações das autarquias.
"Há mais de 20 anos que não havia uma grande dragagem da Ria de Aveiro e os 23,5 milhões de euros estão contratualizados, estão projetados", indicou Matos Fernandes.
"Estas obras são importantíssimas porque para além da melhoria dos próprios espaços lagunares, todos os inertes vão servir para reforçar o cordão dunar. Podemos dizer que o que temos feito nos recursos hídricos, de facto, nos orgulha", frisou o ministro.
O autarca de Coimbra, Manuel Machado destacou a colaboração "exemplar" com a APA, lembrando que a obra de desassoreamento tinha sido prometida em 2001, após as cheias que aconteceram nesse ano, mas não chegou a ser concretizada.
"Não sabia que outro antes de nós tinha assumido este compromisso, mas não tenho duvidas do que é que aconteceu entre 2001 e 2016, andaram a discutir de quem era a responsabilidade de [fazer a obra]", respondeu Matos Fernandes.
Fonte: Lusa
Foto: CM-Coimbra
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