sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Deuses do atletismo e artistas extraordinários num dia cheio de números

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Enquanto Dormia
 
Diogo Queiroz de Andrade, Director adjunto
 

Olá bom dia.
Os fãs de bom desporto andam mais felizes por estes dias, com o arranque da época desportiva. Apesar da supertaça e do arranque do campeonato nacional, não é com futebol que começamos hoje. É com o mundial de atletismo que arranca hoje em Londres e que terá a participação de mais de dois mil atletas. Para lá da natural esperança na boa prestação dos atletas portugueses, há muito mais para ver. Aqui ficam quatro excelentes razões para acompanhar as provas: Usain Bolt (que se despede), Mo Farah (idem), Van Niekerk e Mariya Lasitskene. O Marco Vaza já está em Londres para nos contar tudo e durante a semana que vem irei dando conta dos acontecimentos aqui.   

De hoje

É um dia cheio de números. Começamos pela triste contabilidade da área ardida em Portugal, que confirma as piores expectativas: a área ardida no primeiro semestre é seis vezes superior à média dos últimos dez anos, como revela a Liliana Borges na análise que fez ao relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas. 
Noutras contas, dois anos depois da criação da lei que criminaliza os piropos de teor sexual, contam-se 733 inquéritos de que resultaram 10% de acusações. A Aline Flor faz o balanço a estas contas. E a Alexandra Campos faz outras contas de balanço ainda mais fácil: só há duzentos psicólogos para 400 centros de saúde, o que ajuda a explicar as altas taxas de ansiedade e depressão que se verificam em Portugal. Continuamos a fazer o rescaldo ponderado do acidente na Costa da Caparica, explicando que a PJ só foi chamada 24 horas depois do acidente e que há dois anos tinha ocorrido um caso parecido, em que o piloto amarou e do qual não houve vítimas. 
Eduardo Cabrita, ministro adjunto que coordena o poder local, dá uma extensa entrevista à São José Almeida em que ataca o PSD por causa das reações a Pedrógãoe assume o desafio maior da descentralização no que toca à reforma do Estado. No lançamento das autárquicas, os sociais-democratas já terão decidido que só entregam as listas a Lisboa no fim do prazo, para resolver as últimas discussões internas.
Na economia, a Rosa Soares nota que a agitação do mercado de habitação fez com que o pagamento antecipado dos empréstimos à habitação seja maior do que o número de pedidos novos. Em sentido contrário, o Jornal de Notícias conta que os portugueses estão a pedir mais dinheiro emprestado do que antes da chegada da Troika, chegando já a 17 milhões de euros por dia. E vale a pena ficar a conhecer o detalhe do impacto do novo modelo da Tesla, contado pelo João Pedro Pereira.
No mediterrâneo a pressão dos imigrantes não abranda e provocou um novo conflito, desta vez entre o governo italiano e uma organização não governamental que é acusada de estar a prestar auxílio directo à imigração ilegal. E na China há cada vez mais queixas sobre o desaparecimento da viúva do dissidente Liu Xiaobo, que estava em prisão domiciliária desde 2010 sem acusação formal. Sobre os temas da semana, ficam duas opiniões: o Nuno Pacheco reflecte em editorial sobre o poder absoluto que Maduro se prepara para exercer e o Rui Tavares pega no hino brasileiro para descrever a contradição do sistema político que se vive no país. 
Já a Teresa Serafim presenteia-nos com um estudo sobre as primeiras flores do planeta Terra, que terão nascido há 140 milhões de anos e configuram uma verdadeira história de mistério que tem desafiado muitos cientistas. 

Para amanhã
Como estamos a abrir o fim de semana, hoje deixo mais sugestões com maior diversidade. Começo pela cultura visual, com duas sugestões que hoje abrilhantam o nosso ipsilon: o especial do Sérgio Gomes sobre a fotografia iraniana que marcou os encontros de imagem de Arles; e o trabalho do Vítor Belanciano sobre a retrospectiva de Hockney que anda a correr mundo para celebrar os 80 anos do grande pintor.
Vamos para o multimédia. É fã de podcasts? Eu sou. Deixo dois: este episódio do Reply All conta uma história que nasceu por acaso, quando uma empresa de vigaristas online ligou para um dos jornalistas - a conversa motivou uma investigação que durou meses e valeu inclusivamente uma viagem à Índia. Já no Tempo e Alma, fruto da parceria do Público com a FFMS, encontra uma discussão muito actual sobre o turismo em Portugal, que junta o Joao Pedro Pincha e a Vera Gouveia Barros.
Termino com um artigo provocador da revista Atlantic, que pergunta se os smartphones estão a destruir uma geração. O trabalho é feito por uma investigadora social que descreve a acorrelação directa entre o surgimento dos smartphones e o decréscimo em comportamentos sociais dos mais novos. Para a ironia suprema, recomendo a leitura... num smartphone, pois claro.  
Se puder aproveite o sol do fim de semana, as noites quentes, ou ambos. Segunda-feira estarei de volta. E toda a equipa do Público está sempre a trabalhar para si aqui. 

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