sexta-feira, 4 de agosto de 2017

ELEIÇÕES EM ANGOLA | JOÃO LOURENÇO É A MUDANÇA DO QUÊ?


Raul Diniz | opinião

Não há mudança nenhuma em Angola, enquanto esse MPLA que temos permanecer no poder. Que mudança poderia trazer para o bem da maioria dos angolanos o candidato de JES que diz querer dar alguma coisa sem, contudo, dar coisa alguma! O que se pode esperar de um partido retrogrado, alienado, comprometido com a intriga. O que se espera de um candidato cuja campanha eleitoral é assegurada pela casa de segurança do seu chefe, e eventual antecessor? O que traria de mudança um candidato que se serve de   pesquisas falseadas, com a vil intenção de optimizar uma eventual previsão de intenção de voto aparentemente benéfico para si?

Sinceramente esse tipo de atitude apenas ajuda a engessar negativamente a já demasiado duvidosa lisura do processo eleitoral. Daí a pergunta: afinal, com quem, e para quem João Lourenço pensa governar caso o MPLA ganhe as eleições de 23 de Agosto de 2017?

O contingentismo politico negativista vai ou não prevalecer? Teremos o mesmo governismo obsoleto de sempre? O povo quer saber se os bajuladores estarão ou não na linha de frente da governação, não será adultera como sempre?

Outra pergunta relaciona-se com as bestas provenientes da UNITA, que sentem o cheiro de poder de longe, elas serão de novo os bestiais outsiders no MPLA, e num eventual governo do MPLA com JL na presidência? O eleitorado tem sentido um distorcido deslocamento na narrativa dos sucessivos discursos viscosos de João Lourenço, onde se percebe que fala muito e nada diz.

O país vive hoje um estado de gravíssima anomia politica, os angolanos não querem mais eleger um presidente com manipulações do voto, todos desejam que o presidente seja ungido pelo voto popular. O meu pensamento é de todo cartesiano em relação a JES seus filhos, e demais idealizadores que implantaram com ele, o regime ditatorial em Angola. Para mim gatuno é gatuno, e deve ter um tratamento como gatuno.

JES é o maior bandido dentre os gatunos do MPLA, ele só pode ser comparado a Isabelinha dos Ovos Santos sua filha primogénita em matéria de gatunagem. O país esta a deriva, totalmente desencontrado, faz-se necessário a pregação imponente de uma verdadeira reconciliação, sem que o desgastado discurso inviável de arquitecto da paz seja de maneira nenhuma o mote crescente da pregação.

João Lourenço vai ter que repensar o seu discurso alienado, sair da disforme eloquência populista, e contentar-se em ser um presidente que certamente caminhara sobre ovos podres, ovos que quebram facilmente.

O candidato presidencial do MPLA sabe que JES tem um estilo de heterodoxo de negociar, portanto JL está ciente que será presidente que obedecerá a outro presidente, o dono do regime. Quero dizer, que JL conhece o preço a pagar, de certa maneira JL deverá ser de uma obediência canina ao outro presidente, o líder do MPLA.

Embora eu acredite que João Lourenço não seja uma pessoa neural-mente atípica, por outro lado, também acredito que o candidato presidencial terá de fazer tábua rasa as inconveniências do temperamento autoritário de JES, e desse modo tentar conviver harmoniosamente sem desobedecer o tirano, seu padrinho e chefe politico.

Até o angolano menos atento sabe, que a formula de JES negociar é estilizada na heterodoxia uni-pessoal, rasa, profícua e anti-dialéctica, nada republicana e pouco transparente. Poderá JL ter um confronto directo contra o presidente do MPLA para alterar o modus operandi do ditador, sem sofrer nenhum revés da parte do seu chefe directo, o presidente do MPLA?

Quando JL diz que representa a mudança, o que ele quer dizer? Mudança do quê? Se nem no MPLA ele representa qualquer mudança! Será que os angolanos se renderão as suas insuficiências visíveis a olhos nu? Por acaso existe espaço para JL impor um estilo próprio de governação que justifique a titularidade de mudança por ele reivindicada?

Tendo um chefe ciumento como JES a perna, com um MPLA desconfiado e atento as suas movimentações, poderá JL mudar o rumo do país dado á 38 anos atrás por esse mesmo MPLA? A quem JL quer enganar? A si mesmo, ou a sua pequena descendência? Quem acredita que JL representa a mudança que o compre. No mais, JL não tem como sair do cerco que o circunda, no entender da militância, JL devia ater-se apenas falar verdade, e assim buscar a compreensão e a simpatia de nós militantes, e de algum povo eventualmente paciente.

O candidato presidencial do MPLA pode ficar ciente, que Angola não é a China, onde os presidentes têm tempo de validade. Na China as mudanças de presidentes não significam de maneira alguma mudança, mas, até os ditadores sentem a necessidade de se legitimarem no poder.

Porém, isso não significa que esse tipo de procedimento antidemocrático de substituição um ditador profissional prepotente, por outro ditador amador mais light venha prevalecer a contento entre os angolanos nacionalistas republicanos.

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