segunda-feira, 10 de julho de 2017

Independência de Angola: O que a história oficial não conta

Uma imagem com texto

Descrição gerada com confiança muito alta

A jornalista Leonor Figueiredo, que nasceu em Portugal e cresceu em Angola, resume no livro O Fim da Extrema-Esquerda em Angola, o resultado de uma investigação que encetou, apoiada em mais de 30 testemunhos recolhidos nos dois países e num espólio relativamente reduzido, uma vez que grande parte dos documentos terá sido apreendido ou destruído. No ano e meio que mediou entre a Revolução dos Cravos em Portugal e a independência de Angola a 11 de Novembro de 1975, viveu-se um intenso período de democracia. Este livro procura relatar a complexidade dos caminhos de aprendizagem da liberdade e do debate político, ajudando a compreender melhor o que se passou. A denunciar o que a história oficial não conta. Com prefácio do historiador Jean-Michel Mabeko-Tali.

No final de 1974, dois MPLA encontraram-se pela primeira vez em Luanda. Um, era o movimento oficial, com os seus dirigentes e os guerrilheiros vindos da mata e de Brazzaville. O outro, era um MPLA informal, heterogéneo, composto por jovens que o imaginaram ouvindo, na rádio, as emissões clandestinas do Angola Combatente. Após o 25 de Abril de 1974, esses jovens tornam-se politicamente muito activos, desenvolvendo acções, em nome do MPLA, nas escolas e nos musseques.

Foi o choque de duas gerações e de duas ideologias, a pró-soviética da cúpula do MPLA e a maoista dos jovens idealistas. As primeiras prisões políticas ocorreram ainda antes da independência de Angola. Estima-se que mais de cem militantes desta extrema-esquerda, dos CAC, da OCA e do NJS, foram presos e torturados, até 1980. Só depois de várias e prolongadas greves de fome é que os libertaram. Eram homens e mulheres, angolanos e portugueses.

Este é o quarto livro de Leonor Figueiredo a abordar períodos da História Contemporânea de Angola. O primeiro debruça-se sobre a descolonização e o abandono a que as autoridades portuguesas votaram os seus cidadãos; o segundo faz a biografia de Sita Valles, uma mulher que se cruzou com o sangrento 27 de Maio de 1977; e o terceiro vem revelar um desconhecido movimento estudantil que fervilhou em Angola nos anos de 1974 e 1975. 

O Fim da Extrema-Esquerda em Angola chega às livrarias a 19 de Julho. A sessão de lançamento decorre no mesmo dia, às 18h30, na Casa da Imprensa, em Lisboa, com apresentação de Michel Cahen, director de investigação do CNRS-Bordeaux, e comentário de Sédrick de Carvalho, jornalista angolano, activista e um dos «15+2».

O FIM DA EXTREMA-ESQUERDA EM ANGOLA
Leonor Figueiredo
15x23
264 páginas
16,90 €
Não Ficção / História Política
Nas livrarias a 19 de Julho

Guerra e Paz Editores

R. Conde Redondo, 8, 5.º Esq.

1150-105 Lisboa | Portugal

Nenhum comentário:

Postar um comentário