A natureza, como num jogo
de antíteses, muda. Transforma.
Não há lembranças do passado.
Nem se quer lembrar!
Pouco a pouco, se vê brotar,
Uma relva pequena e frágil.
Uma flor de cor branca e amarela.
O chão vira uma aquarela multicores.
Ouvem-se uma imensidão de vozes,
que surgem do nada.
Animais que saem dos seus esconderijos,
como que se a seca os amedrontassem.
Murmuram os riachos.
O vento sibila.
O sapo coaxa
Os pássaros cantam.
A semente é lançada na terra.
Os torrões se levantam,
E o milagre de morte e vida
Contrasta-se, dando lugar ao verde.
A memória quer ainda vive,
a miséria do passado.
Dos dias e dias de sol,
Da seca que castigava.
Mas é tão bonito o inverno,
Tão lindo ver o cariri em festa.
Oh Deus, a ti seja a gloria,
Pois a vitória nos deste.
Autor: Daniel Nunes da Silva
Monteiro, 22 de março de 2008
NB: Os leitores podem enviar-nos as suas poesias acompanhadas de fotos pessoais ou outras que se enquadrem com os texto.
J. Carlos
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